quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Como deveriam ser os seminários de teologia?

É comum ouvirmos histórias de pessoas que esfriaram na fé ou que se desviaram enquanto cursavam teologia. Até mesmo entre os ministros do Evangelho fieis e tementes a Deus, ouvimos testemunhos sobre o quanto suas crenças, até então vivas e vigorosas, enfrentaram pesados ataques nos tempos de seminário. Isso porque, lamentavelmente, o pensamento ateu (que é o fundamento do chamado “liberalismo teológico”) encontrou espaço justamente lá, onde as pessoas vão aprofundar seus conhecimentos nas Sagradas Escrituras, preparando-se para um futuro ministério pastoral, missionário ou evangelístico. Será que isso faz sentido? As escolas teológicas evangélicas são o que deveriam ser? E, se não são, como deveriam ser os seminários de teologia? 

Cremos que, antes de qualquer outra coisa, deveriam ser locais de reverente estudo das Escrituras, onde a inerrância bíblica jamais fosse questionada. Considerando que a Bíblia é a Palavra viva de um Deus infalível, nossa postura diante dela precisa ser semelhante à de uma criança que, de coração aberto, recebe uma novidade. Nos seminários, todos os estudos de grego, hebraico, história, geografia e outras disciplinas serviriam tão-somente para que alunos e professores buscassem aprofundar sua compreensão acerca do que o Senhor, nas Escrituras, pretendeu nos revelar. 

Os seminários também deveriam ser espaços ideais para o crescimento da piedade, sendo os alunos constantemente incentivados às práticas devocionais, orações individuais e em grupos, e mortificação do pecado. Seriam ambientes de refúgio, livres da má influência da mídia (sobretudo da TV), onde os computadores somente serviriam para propósitos santos. Lugares onde a sensualidade não passaria sequer pelos portões de entrada dos campi. Os internos encontrariam todas as condições propícias à busca da santidade, não de modo legalista, mas como forma de se agradar a um Deus digo de toda adoração. Buscar-se-ia tudo que é puro, honroso e bom, por meio de estudos, reuniões de culto, testemunhos, palestras, etc, para que a glória de Deus se manifestasse na vida de todos. 

Além disso, deveriam ser ocasiões para que os alunos conhecessem mais de perto o sofrimento do próximo. Os trabalhos em hospitais, presídios, asilos e periferias, bem como as visitas às regiões mais carentes do país (como o sertão nordestino, Amazônia, Vale do Jequitinhonha e outros) seriam frequentes, para que os futuros ministros exercitassem a compaixão, essencial no cristianismo. E toda essa obra se faria com o propósito primário de se levar o Evangelho aos mais sofridos, sendo a assistência material e psicológica, necessariamente, submetidas à espiritual (pois de que adiantaria cuidar do corpo e não se importar com o destino eterno da alma?). 

Enfim, os seminários seriam ambientes onde todo desconhecimento bíblico, superficialidade, amor pelo mundo, indisciplina, soberba, egoísmo e males semelhantes cairiam por terra, esmagados pelas armas do Evangelho. Lugares destinados à formação de santos, pelo poder e para a glória de Deus. Quem se matriculasse num curso de teologia evangélica e nele permanecesse até a graduação, de lá sairia cheio de amor por Cristo e ansioso para ganhar almas. Que bênção, se a realidade fosse assim! Mas sabemos que não é. Clamemos, então, ao Senhor da Seara, para que erga verdadeiras escolas a serviço do Seu Reino, onde o Espírito Santo aja poderosamente, transformando homens e mulheres comuns em verdadeiros discípulos. A Sua graça pode operar esse milagre, mesmo em tempos tão difíceis como os dias atuais!

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Um dever de todo ministro cristão

Exercer um ministério a serviço do Reino de Deus é o maior privilégio que alguém pode ter. Pastorear igrejas, fazer missões, cantar ou tocar em um grupo de louvor e escrever livros cristãos são formas de se propagar o Evangelho, cumprindo a Grande Comissão que Cristo nos deixou, conforme Mateus 28:19-20. Não há nada que alegre mais um servo do Senhor do que participar ativamente dessa obra, percebendo o agir de Deus ao seu redor. No entanto, tamanha graça envolve uma série de responsabilidades. Vamos tratar aqui de uma delas. 

O ministro cristão tem o dever de manter um comportamento público irrepreensível, fazendo-se exemplo para todos os irmãos que o observam. Paulo nunca se esquivou dessa responsabilidade; antes, deixou-nos as palavras registradas em 1Coríntios 11:1: “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo”. Que exortação ousada! Mas o apóstolo dos gentios sabia que a Igreja o observava. Do mesmo modo, os que hoje anunciam o Evangelho, seja através de pregações, canções, literatura ou outro veículo, estão sob os olhares de quem os ouve ou lê. Essa responsabilidade cresce quanto maior o público envolvido. Se alguém almeja evangelizar multidões, é bom ter isso em mente. 

Dito de forma mais clara, se um pregador famoso é infiel à sua esposa, ou se uma cantora evangélica ostenta futilidade e riqueza vestindo-se com luxo excessivo, ou ainda, se um tele-evangelista é visto em ambiente mundano, isso necessariamente produz escândalo. Muitos irmãos irão se decepcionar, esfriando na fé. Outros farão pior, e, assimilando o erro do ministro a quem admiram, passarão a considerar aquele comportamento vergonhoso como normal. O joio crescerá no meio do povo de Deus, por causa do mau testemunho de homens e mulheres que um dia se dispuseram a servir ao Senhor! 

Certa vez, o Senhor Jesus disse: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me” (Mateus 16:24). Isso é verdade, não somente para os cristãos que vivem debaixo de perseguição explícita, mas também para os que exercem seus ministérios onde não há hostilidade aparente contra o cristianismo. Pois, em todos os lugares e em qualquer época, é preciso renunciar ao mundo, com suas concupiscências, as quais a carne cobiça. A luta contra o pecado deve ser travada com radicalismo por todos os que labutam em favor do Evangelho. Quantos estão dispostos? 

Irmão(ã), se você exerce um ministério perante dezenas, centenas, milhares ou milhões de pessoas, saiba que a sua vida precisa ser modelo de piedade, refletindo a luz de Cristo. Isso não é tarefa nada fácil para um ser humano com fraquezas e limitações. Na verdade, é um fardo. Porém, esse fardo é de Cristo, e não pode ser rejeitado pelos que Ele comprou com Seu precioso sangue; antes, é seu dever e meu dever carregá-lo alegremente, sabendo que o próprio Senhor nos ajuda e nos firma. Por isso, assuma com diligência a missão de testemunhar sua condição de filho(a) remido(a), pelo seu modo de andar, falar, vestir-se, por suas escolhas quanto aos ambientes que frequenta e pessoas com quem se relaciona. Deus vê o seu interior e exterior, mas o mundo só pode ver sua aparência e comportamento. Cuide dessas coisas, por amor a Cristo!

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Para que servem as canções de louvor?

Um dos assuntos mais polêmicos entre os crentes é o louvor contemporâneo. Com razão, muitos irmãos tementes a Deus criticam a obra e a postura de cantores e bandas evangélicas da atualidade, por considerá-las contrárias ao Evangelho de Cristo. Mas, afinal, para que servem as canções de louvor? 

A resposta aparentemente óbvia é: para louvar a Deus. Entretanto, elas têm servido para divulgar mensagens humanistas, massagear o ego do ouvinte, enriquecer intérpretes e compositores, produzir tietagem entre o povo evangélico, gerar vaidades tolas, alavancar carreiras e outros desvios semelhantes. Além disso, há quem se valha do louvor para tentar fabricar avivamentos, imaginando que se pode “forçar” o agir de Deus num culto ou show. O que fazer para evitar esses males? 

Aqui apresentamos algumas sugestões endereçadas aos cantores e instrumentistas de grupos de louvor, os quais receberam do Senhor um nobre ministério, capaz de abençoar verdadeiramente a Igreja, pela graça de Deus. Os irmãos que lerem, pensem a respeito e cheguem às suas conclusões, aproveitando o que julgarem útil. 

1) Quando vocês escreverem ou interpretarem canções, façam isso no temor de Deus, sabendo que Ele os observa atentamente, com alegria ou indignação, aprovando ou reprovando o modo como vocês têm conduzido seus ministérios. Nunca, jamais brinquem com algo tão sério! 

2) Cantem ou componham letras inspiradas somente na Bíblia. A Palavra de Deus fala dos atributos maravilhosos do Senhor, da salvação que há em Cristo e outros temas de natureza espiritual. Cantem sobre isso! Assuntos ausentes ou pouco mencionados nas Escrituras não merecem espaço nas canções de louvor. 
 
3) Falem menos durante as canções! Parem de tentar produzir reações no público, com frases do tipo “Deus está aqui, levante a sua mão, não desista, Ele vai te restituir, hoje é dia de milagre”, etc, etc, etc. Vocês não estão cantando para uma plateia, e sim para o Senhor! E o povo presente está, juntamente com vocês, adorando a Deus. Se não é assim, deveria ser. 

4) Rejeitem a tietagem com veemência. Paulo e Barnabé fizeram isso, quando o povo de Listra pretendeu idolatrá-los (ler Atos 14:8-18). A forma como vocês entram ou saem do palco, ou a sua resposta a uma reação histérica do público, são exemplos de atitudes que demonstram se a glória está sendo tributada a Deus ou ao homem. 

5) Tenham bom senso ao lidar com dinheiro. Sabemos que o trabalhador é digno do seu salário, e que os ministrantes de louvor têm necessidades materiais como qualquer pessoa. Além disso, equipamentos de som custam caro, e isso tudo precisa ser pago de alguma forma. No entanto, a Bíblia nos adverte severamente sobre o perigo das riquezas e a loucura de se confiar nelas. Não tentem fazer de seus ministérios um trampolim para uma vida de amor ao dinheiro. 

6) Cuidem de si mesmos. Não permitam que o ativismo lhes tire seus momentos devocionais; antes, tenham longos períodos de leitura bíblica e oração, como convém aos servos de Deus. Procurem manter comunhão com os irmãos, especialmente os mais fieis e perseverantes. Leiam bons livros, afastem-se das tentações, abominem as obras da carne, não descuidem de seus maridos/esposas e filhos. Saibam que satanás muito se alegraria em ver um ministrante de louvor caindo em pecado e gerando escândalo. Não negligenciem esse perigo! Ponham toda sua confiança em Deus, dependendo d’Ele em tudo! 

7) Em suma, sejam o exato oposto dos astros e estrelas pop, que desejam holofotes e aplausos apenas para si próprios, pois eles já receberam a sua recompensa; ao invés disso, cantem, toquem, componham e gravem cânticos exclusivamente para a glória de Deus! 

As canções de louvor são importantes veículos de adoração ao Senhor, e a Bíblia nos ensina a valorizá-las, tanto que há um autêntico hinário nas Escrituras, que é o livro de Salmos. Portanto, vocês, ministrantes de louvor, estão lidando com algo valiosíssimo! Exerçam seus ministérios com inteireza perante o Senhor, preocupando-se sempre em agradar Àquele que os capacita. Que Deus os abençoe!