quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Discernindo os tempos

Há um alerta de Cristo para a igreja o qual ecoa por todo o Novo Testamento; o de que o mundo nos odiará, porque antes odiou o Senhor. “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso o mundo vos odeia” (João 15:18-19). “Sereis odiados de todos por causa do meu nome” (Mateus 10:22), etc. No entanto, hoje parece fácil confessar o nome de Jesus. Não há dificuldade em alguém se declarar crente, carregar sua Bíblia e frequentar os cultos em uma denominação cristã, qualquer que seja. Em outras épocas os verdadeiros crentes sempre enfrentaram perseguições, até mesmo em países ditos cristãos. Será que as palavras do Mestre não se aplicam a esta geração?
 
No Século passado – especialmente na segunda metade – e no início deste Século XXI, a igreja viveu e ainda tem vivido em total conformismo com o mundo, tolerando pecados ao invés de confrontá-los. Ao mesmo tempo, nos diversos países ocidentais, as liberdades individuais passaram a ser grandemente valorizadas após as traumáticas experiências do Nazismo alemão e do Fascismo italiano. Veio Woodstock, o Maio de 1968 em Paris e outros acontecimentos semelhantes, cresceu ainda mais a anuência por parte de governos e sociedades a toda espécie de comportamento individual, os valores morais ruíram e o relativismo tornou-se a bandeira da chamada “Pós-modernidade”.
 
Hoje, porém, há uma grande mudança em curso e os dias de ampla liberdade estão contados. Uma outra geração, a dos filhos dos libertinos das décadas de 1960 e 1970, está prestes a assumir o poder. Pessoas avessas aos valores cristãos, mimadas, extremamente egoístas e autoritárias. No discurso, são democratas e tolerantes, mas na prática não admitem ideias contrárias (até por defeito de criação, já que seus pais nunca lhes impuseram limites) e reagem com agressividade aos seus opositores. Sua Agenda (legalização do aborto, liberação das drogas, feminismo radical, valores GLBTT, dentre outros) não pode ser contestada em hipótese alguma. Sua tolerância a tudo é, no fundo, ferrenha intolerância. O que farão contra os portadores de uma mensagem chamada Evangelho, totalmente contrária à sua? Implacável perseguição!
 
Ninguém se engane, pois as palavras do Mestre se cumprirão fielmente. A igreja do “oba-oba”, do “movimento gospel”, carnal e fútil será peneirada dentro de pouco tempo, em especial os “pastores-bispos-missionários-apóstolos” da prosperidade e as superestrelas da música “evangélica”, que amam mais as riquezas desse mundo do que as celestiais. Os cristãos professos se verão diante de duas opções, ou negar a si mesmos ou rejeitar a Cristo. Quem, pela graça de Deus e por obra do Espírito Santo, permanecer no Evangelho sofrerá perseguições por amor ao Senhor. Se alguém pensa que estamos exagerando, saiba que já existem casos de cristãos presos simplesmente por contestarem, com argumentos bíblicos, as práticas e valores vigentes, e isso em nações ditas democráticas, como Suécia, Inglaterra e EUA!
 
Meu irmão, minha irmã, é hora de despertarmos para a realidade e dobrarmos nossos joelhos, clamando pela misericórdia do nosso Deus! Não há mais tempo para um cristianismo de aparências, puramente nominal, como se vê nos programas de TV ditos “evangélicos”, nem para o “show gospel”, nem para pregadores-animadores de auditório e suas mensagens feitas para massagear egos ímpios! Não há mais vez para livrinhos de autoajuda, tampouco para falsos avivamentos e falsificações da obra do Espírito Santo! Acabou o tempo das campanhas de prosperidade, da tolerância às piores heresias e dos “cultos” voltados para o entretenimento! Arrependamo-nos de nossos pecados e vivamos em santidade! Amemos a Deus e ao próximo, oremos em todo o tempo, vigiemos! Anunciemos a Palavra com mansidão, clamemos por salvação de almas, voltemos nossos olhos para a eternidade! E que o Senhor nos firme e nos guarde todos os dias, em Cristo Jesus! Amém!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Igreja Católica Romana, quase 500 anos depois

Em outubro de 2017, dentro de três anos e meio, serão comemorados os 500 anos da Reforma Protestante. O movimento, que já era sinalizado na vida e ministério de homens como John Wycliffe e John Huss e de grupos como os lolardos e os valdenses, teve início com a divulgação das famosas 95 Teses de Lutero em 31/10/1517, na cidade de Wittemberg, Alemanha, e logo encontrou apoio em diversos países europeus. Destaque-se que os reformadores não tinham a intenção de provocar uma divisão na Igreja Católica Romana, mas, ao contrário, desejavam reformá-la, reaproximando-a dos padrões bíblicos (daí o nome “Reforma”). Porém, a liderança daquela igreja, através do papa, seu líder máximo, rejeitou todas as reivindicações dos reformadores, excomungou-os e os perseguiu com grande violência.
 
Quase 500 anos se passaram desde aqueles dias, e a posição da Igreja Romana permanece a mesma, ou seja, continua rejeitando cada uma das propostas de reforma requeridas no Século XVI por Lutero, Zwinglio, Calvino, Melanchton e tantos outros. Mesmo tendo a História comprovado inequivocamente a vergonhosa corrupção de Leão X, de outros papas anteriores e posteriores, e a dos cardeais que os auxiliavam, todavia a doutrina formulada e apregoada por eles é até hoje considerada pelos romanistas como a mais pura expressão da vontade de Deus. A Igreja Católica Romana de hoje é a mesma daquela época, só o discurso suavizou. Vejamos apenas doze provas dessa verdade (há várias outras!):
 
1. Ela continua afirmando que a Palavra de Deus não é somente a Bíblia Sagrada, mas também as tradições e, principalmente, o chamado “magistério” (a reunião do colégio de bispos em Roma). Havendo divergência entre Bíblia e magistério – o que acontece constantemente – este último sempre prevalece.
 
2. Ainda defende que a igreja é fundada sobre o papa, considerado sucessor de Pedro, infalível e “sumo pontífice” (a “suprema ponte” entre o homem e Deus).
 
3. Segue apregoando que a única verdadeira igreja cristã é a Católica Romana. Ou seja, o elemento definidor da legitimidade de uma igreja não é outro senão a liderança papal.
 
4. Permanece promovendo e incentivando o culto às imagens, relíquias e corpos de santos já falecidos.
 
5. Mantém o ensino de que o sacerdócio é exclusividade do ministro ordenado, o qual seria um representante do povo, como era no sacerdócio levítico em Israel. Nega o sacerdócio universal de todos os crentes.
 
6. Continua fazendo da Ceia do Senhor um sacrifício nos moldes dos que aconteciam no Antigo Testamento, quando animais eram sacrificados para remissão de pecados (agora, segundo a doutrina romana, o corpo de Cristo é repetidamente oferecido em sacrifício, todas as vezes que uma missa é celebrada).
 
7. Segue com a prática de invocação de mortos, considerada pela Bíblia uma abominação ao Senhor.
 
8. Permanece com o ensino sobre o purgatório (um lugar para onde os SALVOS iriam após a morte, a fim de pagar por seus pecados – mesmo tendo Cristo padecido por esses mesmos pecados).
 
9. Continua apregoando a necessidade das obras para a salvação, negando que esta aconteça somente pela graça de Deus mediante a fé em Cristo. Além disso, chama de “obras” práticas extrabíblicas ou antibíblicas, tais como: terços, novenas, procissões e romarias.
 
10. Segue proibindo o casamento para os seus ministros ordenados.
 
11. Continua chamando de “sacramentos” a confirmação (que nem existe na Bíblia), o casamento, a unção dos enfermos, a confissão e a ordenação ao sacerdócio.
 
12. Permanece admitindo e incentivando o uso de um crescente número de “mediadores” entre Deus e os homens, negando assim que só haja um Mediador, Cristo Jesus homem.
 
Aos irmãos que entendem ser possível praticar ecumenismo com aquela denominação, pedimos que reflitam sobre essas questões. Ponderem se é da vontade de Deus que O cultuemos em reuniões nas quais todas essas práticas e crenças estão presentes, explícita ou implicitamente. Pensem qual é o sentido do culto cristão, e a quem desejamos agradar. Meditem seriamente sobre que tipo de igreja devemos ser. Que o Senhor lhes fale ao coração!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Quando um crente cai em pecado

Uma das situações mais tristes para a igreja é presenciar um de seus membros caindo em pecado. É certo que todo homem peca, mas aqui falamos de práticas graves, escandalosas, que envergonham os irmãos. Lamentavelmente isso tem ocorrido com frequência, inclusive entre pastores e outros líderes de destaque. E, enquanto o corpo de Cristo se entristece, os adversários do Evangelho vibram de alegria. Todo pecador impenitente se sente feliz quando vê o pecado dos outros, especialmente dos que se dizem santos. Mas afinal, o que leva um crente a se desviar?
 
De início, cabe dizer que muitos desses desviados nunca foram salvos. Boa parte, inclusive, são os chamados “lobos”, que se infiltraram no povo de Deus com vis intenções, sem jamais terem vivido uma vida piedosa, e finalmente descobriu-se seu verdadeiro caráter. Outros vieram a ingressar na igreja imaginando terem experimentado a salvação vinda de Cristo, mas no fundo tudo não passava de empolgação da parte deles. Simpatizaram-se com a notícia de que Jesus veio salvar e libertar pecadores, mas nunca nasceram de novo pelo poder do Espírito Santo, logo não se adaptaram aos padrões de santidade bíblicos, nem poderia se adaptar. Alguns, no entanto, são crentes que um dia experimentaram o poder regenerador da graça de Deus, mas cederam às tentações do mundo e caíram. Ovelhas desgarradas, que cedo ou tarde se arrependerão. Casos tristes para o Senhor tratar.
 
Há basicamente três situações possíveis nesses casos. Três erros graves de entendimento a respeito do que significa ser um crente em Jesus Cristo. O primeiro é negligenciar a mortificação da carne, um dever de todo cristão. O segundo, confiar nos próprios esforços para manter uma vida de santidade. E o terceiro, deixar de buscar na graça de Deus as forças necessárias para afastar-se da prática do pecado. Vamos tratar brevemente de cada um deles.
 
Hoje em dia é muitíssimo comum na igreja o desprezo pelo dever de mortificar a carne (muitos cristãos professos nem sequer sabem o que é isso). Há pouca noção quanto à depravação radical da natureza humana, imagina-se que enquanto alguém não está na prática do pecado, tudo vai bem. Membros assíduos nos cultos e atividades da igreja não se empenham em lutar contra os maus desejos de seus corações na raiz, ou seja, enquanto não passam de pensamentos. Às vezes chegam a alimentar suas próprias concupiscências, como, por exemplo, o rapaz que possui tendências agressivas, e mesmo assim assiste campeonatos de “UFC” pela televisão. Ou a mulher que, tendo uma dificuldade natural em controlar a própria língua, lê revistas de fofocas. Um dia, tais pessoas se veem diante de uma forte tentação, não resistem e pecam. Mas aquele pecado, antes de consumado, já havia tomado seu interior!
 
A confiança na própria força é um erro também comum, inclusive entre cristãos de comportamento irrepreensível. São irmãos conscientes de sua responsabilidade em viver uma vida santa, que evitam situações capazes de induzi-los ao pecado. No entanto, sua luta por santidade é travada exclusivamente mediante esforços pessoais. Supervalorizam sua capacidade volitiva, seu poder em tomar decisões e mantê-las. Assim como o grupo anterior (dos que negligenciam a mortificação da carne), também estes não compreendem a total depravação humana. Pensam que é possível ser santo exclusivamente pela força de vontade. Em muitas situações, resistem bravamente. Até que um dia a tentação vem forte demais, e caem. Por que Deus permite isso? Possivelmente para lhes quebrantar o orgulho.
 
Deixar de buscar forças na graça de Deus é o erro comum nos dois tipos de crentes citados anteriormente. Quem negligencia a mortificação da carne deixa de recorrer à graça para vencer o pecado, e quem confia em suas próprias forças também comete o mesmo erro. Tanto um quanto o outro sabe que precisa de Deus em muitas situações, mas não nesta específica, de evitar o pecado. O primeiro tipo acha que o pecado está vencido e pronto, não há mais perigo algum. O segundo entende que corre risco de pecar, mas imagina que, sendo forte e diligente, conseguirá derrotar esse mal. Ambos se esquecem de que somente pela graça, sustentados pelo Espírito Santo, não cairemos. Não se prostram humilhados perante Deus, reconhecendo sua miserável natureza corrupta, a fim de clamarem ao Altíssimo que os livre do pecado. Não usufruem do socorro que está à sua disposição.
 
Meu irmão, minha irmã, escute: eu e você não alcançaremos a santidade perfeita nesse mundo; só iremos atingi-la no céu! Enquanto estivermos aqui, viveremos sob o perigo de cairmos em pecado, e precisamos lutar contra a nossa natureza pecaminosa. Porém, essa luta só pode ser travada na graça de Deus, suplicando pelo Seu favor e pelo Seu Santo Espírito. Com nossas forças só podemos fracassar! Mas, sustentados pelo Senhor, só podemos vencer! Tenhamos isso no coração, vivamos isso a cada dia! Que Deus nos ajude!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Os Grandes Avivamentos e o festival de Woodstock

Desde o início de sua história os Estados Unidos da América experimentaram avivamentos localizados, porém verdadeiros, entre os primeiros colonos, muitos dos quais eram crentes fieis em busca de liberdade religiosa. Mas houve três épocas especiais em que o Espírito Santo visitou aquela nação com grande poder e graça; o Primeiro, o Segundo e o Terceiro Grande Avivamento.
 
Nas décadas de 1730 e 1740, ao mesmo tempo em que, no outro lado do Atlântico, o Reino Unido experimentava um grandioso mover de Deus, os EUA foram sacudidos pelo Primeiro Grande Avivamento, através da pregação de homens santos como Jonathan Edwards, George Whitefield, William Tennent e Gilbert Tennent. Uma onda de arrependimento e conversões genuínas, de intensidade e extensão inéditas neste Continente, aconteceu ali, trazendo mudanças profundas na sociedade, sobretudo o abandono de vícios, redução drástica nos índices de criminalidade e grande interesse pelas coisas de Deus.
 
Na virada do Século XVIII para o Século XIX rompeu o Segundo Grande Avivamento. Pode-se dizer que o movimento teve início nos campi universitários, desde que Timothy Dwight, neto de Jonathan Edwards, assumiu a reitoria da Universidade de Yale para ser ali um instrumento do Senhor contra o nascente liberalismo. Logo o fogo do Espírito alcançou diversas outras universidades, influenciando-as pelas quatro décadas seguintes. Entre o povo, evangelistas itinerantes como Charles Finney e Asahel Nettleton levaram a mensagem do Evangelho a multidões com grande poder, alcançando uma considerável parte da população americana.
 
No final da década de 1850 aconteceu o Terceiro Grande Avivamento, a partir de um encontro semanal de orações dirigido pelo ministro Jeremiah Lenphier, na Igreja Holandesa Reformada em Nova York. Enquanto o país vivia um colapso econômico, multiplicavam-se os grupos de orações, até atingirem 150 só naquela cidade. Logo encontros semelhantes passaram a acontecer em todas as grandes cidades americanas. Estima-se que, entre 1857 e 1859, houve mais de um milhão de conversões nos EUA!
 
1969. Cerca de quinhentas mil pessoas se reuniram numa fazenda no Estado de Nova York para o festival de Woodstock. Foram três dias de celebração do pecado, minuciosamente registrados por diversas câmeras. Sob o slogan “paz” (?) e “amor” (???), embalados por astros do rock (alguns eram músicos talentosíssimos, como Jimmy Hendrix e Carlos Santana) jovens se despiam e se drogavam sem pudores, diante da multidão. Não foi um momento isolado; a decadência moral americana já era evidente desde a primeira metade do Século XX. Então vieram as revistas eróticas, depois os filmes pornográficos. Baniu-se a Bíblia das escolas, desapareceu a diferença entre os papeis masculino e feminino, legalizou-se o aborto, o consumo de drogas disparou. Se, porém, tivermos que escolher um símbolo da mudança nos Estados Unidos, de país cristão para nação que abandonou a Deus, Woodstock é o mais evidente. Ali podemos dizer que o povo americano declarou não mais pertencer a Jesus Cristo!
 
Deus amou os Estados Unidos da América com intenso amor. Desde a vinda de Cristo ao mundo, poucas nações receberam tão grande misericórdia e graça quanto os EUA. Em poucos lugares o Evangelho foi divulgado tão claramente e de modo tão amplo. Mas, infelizmente, há uma centena de anos atrás aquela nação virou as costas para o Senhor, talvez por causa da sedução das riquezas e poderio. Ainda existe sim, um remanescente fiel e alguns ministros fieis, como John MacArthur, John Piper, Paul Washer e Steve Lawson. Porém o fato é que, hoje, os cristãos tementes a Deus são uma minoria ínfima na população norte-americana. Que nós aprendamos essa triste lição, e jamais troquemos o tesouro do Evangelho pelas ilusões deste mundo mau, o qual passa como vapor e logo se esvai. Senhor, põe em nosso coração um genuíno amor por Ti!