Estima-se que a população evangélica neste país hoje corresponda a 25% dos brasileiros. As principais denominações neopentecostais possuem templos enormes e suntuosíssimos (um deles, a Cidade Mundial no Rio de Janeiro, comporta até 150.000 pessoas!). Existem canais de TV evangélicos, e uma das principais redes televisivas, a Record, é de propriedade de uma igreja. A poderosa gravadora Som Livre, da Rede Globo, tem contrato com diversos artistas gospel. A mesma Rede Globo de Televisão transmite anualmente o Festival Promessas, um grandioso evento musical no qual se apresentam cantores e grupos evangélicos. As “marchas para Jesus” atraem milhões de pessoas em todo o país (a maior delas, em São Paulo, contou com cerca de 340.000 participantes em 2015). Há uma bancada evangélica no Congresso Nacional, com 78 integrantes, e em todas as eleições mais recentes os principais candidatos vão às igrejas em busca de apoio.
Os servos de Cristo, remidos e lavados pelo sangue do Cordeiro, têm algum motivo para comemorar? Absolutamente não, pois a atual geração de evangélicos é a mais carnal, materialista e egocêntrica de todos os tempos! O que leva multidões aos cultos não é a fome e sede por Deus, e sim o desejo por prosperidade e outras bênçãos temporais. Vários dos pastores mais famosos são a antítese do Senhor Jesus (manso e humilde de coração, que veio ao mundo para servir e dar a vida em resgate de muitos). Boa parte dos artistas
gospel mantém um comportamento de superestrelas, idêntico ao dos astros pop seculares. A santidade é artigo de luxo entre os evangélicos professos; pouquíssimos se empenham em viver piedosamente. Heresias se multiplicam em ritmo alucinante, a falta de reverência nas reuniões solenes é assustadora, manifestações bizarras e patéticas são chamadas “obra do Espírito Santo”. A ignorância bíblica é generalizada, quase ninguém estuda seriamente a Palavra de Deus.
O que fazer diante de um cenário desolador como este? Aos que amam a Deus, aos genuinamente convertidos, só restam duas coisas. A primeira é dobrar os joelhos, clamar ao Senhor que nos perdoe os pecados e nos santifique. Precisamos nos consagrar para fazermos diferença nestes tempos sombrios, pois sem arrependimento pessoal, quebrantamento e choro por nossas próprias misérias não poderemos esperar a graça de que tanto necessitamos. A atitude seguinte é gritarmos corajosa e ousadamente contra essa geração de falsos crentes, exortando-os ao arrependimento. Sim, é tempo de nos arrependermos e conclamarmos aqueles que se dizem evangélicos para que também se arrependam. Basta de festa, chega de “oba-oba gospel”, é hora da igreja brasileira acordar do profundo sono espiritual em que tem vivido! Quem ama a Cristo e tem o Espírito de Deus não pode assistir passivamente a todo esse caos e dormir em paz, como se nada estivesse acontecendo. Desperta, povo do Senhor!
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