sexta-feira, 27 de maio de 2016

Vamos resgatar a mensagem da cruz!

Qual é a opinião da maioria dos brasileiros em relação a nós, evangélicos? No passado, éramos vistos como fanáticos, excessivamente certinhos, ignorantes que só usavam roupas compridas e sempre carregavam uma bíblia. Zombavam de nós, do nosso modo de vestir e falar, acusavam-nos de hereges, mas, no fundo, sabiam que nosso viver era santo, radicalmente contrário aos padrões mundanos. Hoje somos vistos de outra forma, como hipócritas que não vivem o que pregam, desonestos, amantes do dinheiro, egoístas. E não é sem motivo, porque grande parte da população autointitulada “evangélica” possui todos esses horríveis vícios de caráter.

Graças a Deus, existe um grupo (minoritário) de pessoas verdadeiramente evangélicas no Brasil. Homens e mulheres que, embora imperfeitos, amam ao Senhor porque O conhecem e experimentaram Sua maravilhosa graça. A estes fazemos um apelo para que se levantem e ergam suas vozes em repúdio ao mar de lama que tomou conta do meio evangélico, por amor a Jesus e à Sua noiva, o povo que Ele comprou a preço de sangue. Hoje não basta amar a sã doutrina bíblica, é preciso denunciar as heresias; não é suficiente buscar a santificação pessoal, temos que bradar contra o pecado. Os incrédulos precisam saber que há um povo temente a Deus neste país!

Precisamos deixar claro que o Evangelho não é um negócio, e sim a mensagem de salvação para uma humanidade perdida. Por isso, toda “igreja” que promove campanhas de prosperidade material e cura a partir da entrega de um envelope para ofertas é falsa igreja, dirigida por líderes mal-intencionados. Todo “pastor” que vai à TV prometer grandes bênçãos condicionadas ao envio de grandes ofertas em dinheiro é falso pastor, lobo em pele de cordeiro. E todo “crente” que “se converte” a fim de buscar uma vida de riquezas e sucessos é falso crente, não convertido, não transformado, não salvo.

Temos o dever de relembrar a todos que Jesus escolheu vir ao mundo em humildade, nascendo numa manjedoura. Que Ele ensinou o desapego aos bens materiais, garantiu que dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus e alertou que a vida de um homem não consiste na abundância de bens. Que Ele nos ensinou a orar pelo pão nosso de cada dia, não por uma conta bancária repleta de dinheiro. Exortou-nos a não andarmos inquietos, preocupados em como obter o nosso sustento, pois nosso Pai Celeste nos providenciará o necessário se buscarmos em primeiro lugar o Seu Reino e a Sua justiça. Logo, quem vive em função das riquezas não é um discípulo de Cristo.

Precisamos anunciar, com toda clareza e sem rodeios, que o verdadeiro evangélico prima pela honestidade. Paga suas contas em dia, não compra o que não pode pagar e é grato a Deus por tudo que possui. Que a inadimplência não faz parte da vida dos servos do Senhor, exceto em circunstâncias graves e inesperadas (por exemplo, uma situação de desemprego involuntário). Que a entrega do dízimo não serve de compensação para o desleixo e irresponsabilidade de quem vive devendo no comércio. Portanto, encher-se de dívidas por puro consumismo é pecado, é mau testemunho, é dar motivo para que os incrédulos falem mal de nós.

Temos a obrigação de afirmar que políticos “evangélicos” envolvidos em sórdidos esquemas de corrupção não são, de fato, evangélicos, e sim mentirosos, enganadores, bodes travestidos de ovelhas. Que uma suposta “bancada evangélica” no Congresso Nacional que se vende em troca de propinas não representa o povo de Cristo, de maneira nenhuma. Que tais políticos deveriam ser expulsos de suas igrejas, a menos que se arrependam e peçam perdão aos demais membros. E que a “igreja” que se calar, ignorando o comportamento criminoso de homens públicos que ela própria ajudou a eleger, não é digna de ser chamada “igreja”.

Nenhum ser humano é perfeito, todos nós estamos sujeitos a falhas, mesmo após nossa conversão (e, quando deixamos de pecar, é graças ao Espírito de Deus, não por qualquer bondade inerente a nós). No entanto, não podemos tolerar a iniquidade, o pecado voluntário e reiterado, dentro da igreja evangélica. Não tem cabimento continuarmos a conviver silenciosamente com pessoas que não querem ser santas, desprezam a santidade, amam os prazeres do mundo, e no entanto se dizem servas de Cristo. É hora de darmos um basta e exigirmos respeito ao bendito Nome do Senhor Jesus! Que nós, a quem Deus resgatou das trevas e trouxe para Sua luz, ergamos nossas vozes e proclamemos o Evangelho do Calvário, da renúncia, do novo nascimento! Que o mundo ouça de nós: “Se alguém quer vir após Cristo, negue-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-O”! Quantos podem dizer “Amém”?

 

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