Ontem à noite, tivemos a oportunidade de assistir novamente ao filme “Lutero” (Luther), o longa-metragem que popularizou a vida do reformador alemão. Ao revermos aquela bela filmagem que trata das origens da Reforma Protestante, logo vieram à nossa mente alguns fatos sobre igrejas na atualidade. Mais especificamente, sobre a Igreja Católica Romana, as igrejas neopentecostais e as denominações de confissão luterana. Este é o tema da presente postagem.
A Igreja Católica Romana, que foi o grande poder medieval, aparece no filme como uma instituição corrupta e totalmente afastada do verdadeiro Evangelho de Cristo, vendendo indulgências e oprimindo os mais necessitados. É certo que as táticas da Igreja Romana hoje não são mais aquelas. Porém, suas crenças não mudaram em nada. Os romanistas continuam afirmando que o papa é o sucessor de Pedro, a palavra dos concílios permanece tida como “infalível”, as práticas antibíblicas das romarias, adoração de imagens e relíquias, mediação dos santos e salvação por obras continua inalterada. Quem visita algum grande centro de idolatria
católico-romana da atualidade, como Aparecida do Norte (SP) e Juazeiro do Norte (PE), logo percebe que os romeiros de hoje fazem o mesmo que aqueles pobres camponeses retratados no filme faziam há quinhentos anos atrás, antes de conhecerem a Palavra de Deus!
Os neopentecostais dos nossos tempos não se parecem nem um pouco com Lutero. Mas seus líderes nos lembram em muito os clérigos corruptos do filme. A loucura da venda de indulgências daquele início de século XVI se assemelha a uma triste prática neopentecostal: as campanhas de prosperidade. Através das ofertas, multidões de “evangélicos” esperam receber bênçãos de Deus. Só mudou o alvo. No passado, buscava-se a salvação da alma e o livramento do “purgatório” (uma invenção romanista medieval); hoje, tudo o que se procura é uma vida próspera aqui na terra. Pensando assim, os membros de denominações da “teologia da prosperidade” são até piores do que os humildes compradores de indulgências do passado!
Dos luteranos de hoje era de se esperar coisa melhor. Porém, e lamentavelmente, a grande maioria deles não lembra em nada o grande reformador alemão. Embora publiquem até hoje os livros de Martim Lutero e a Confissão de Augsburgo, e incentivem o lançamento de outras obras importantes, como o próprio filme a que nos referimos e a nova “Bíblia com Reflexões de Lutero”, o fato é que as igrejas luteranas atuais estão infestadas pelo liberalismo teológico, cuja principal marca é
questionar as Escrituras, não mais a considerando a pura Palavra de Deus. Como são diferentes daquele jovem padre alemão, o qual, por amor às Escrituras, foi excomungado, e perseguido a vida inteira! Isso sem mencionar a vergonhosa postura ecumênica da maioria dos luteranos atuais, cedendo e renunciando às verdades bíblicas todos os dias, a fim de manter comunhão com a Igreja Romana, embora esta não ceda um milímetro e só avance em suas práticas idólatras. Como é triste constatar que a verdadeira mola propulsora dessa disposição ecumênica é a incredulidade! Que terrível é o abandono do “Sola Cristus” e “Sola Scriptura”! Logicamente, há exceções, os luteranos tementes ao SENHOR e amantes da Bíblia, mas estes são marginalizados e sufocados dentro de suas próprias igrejas. Deus tenha misericórdia!
Lutero não foi perfeito e teve falhas, como todo homem. Mas, que vaso tremendo nas mãos de Deus foi ele! Quanta disposição em renunciar a tudo, seja prestígio, tranquilidade, segurança pessoal e mesmo a própria vida, por amor a Cristo e Seu Evangelho! A nós hoje soa como uma bofetada no rosto a mensagem do clássico hino “Castelo Forte”, escrito por Martim Lutero: “Se a morte eu sofrer, se os bens eu perder, que tudo se vá! Jesus conosco está! Seu Reino é nossa herança!”. Não temos essa fé e esse propósito, nem chegamos perto disso! Que o exemplo daquele servo de Deus nos constranja ao arrependimento e abandono do comodismo que nos domina!
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