quarta-feira, 30 de abril de 2014

Um mundo enlouquecido

Algo vai mal nas sociedades ocidentais, ricas e – acredita-se – civilizadas neste início de Século XXI. Na culta e sofisticada Europa, nos poderosos EUA e noutras nações privilegiadas economicamente, algo de podre está no ar, contaminando e adoecendo milhões. Há um pensamento coletivo imoral, pervertido, louco, nascido de grupos outrora radicais e marginalizados, institucionalizando-se em uma velocidade alucinante entre aqueles povos, o qual já exerce influência nos países chamados “em desenvolvimento”, como Brasil, Uruguai e Argentina. Uma completa e violenta inversão de valores vem se consolidando em grande parte do globo terrestre. Parece que o mundo enlouqueceu.
 
É bem verdade que o mal sempre se fez presente no coração humano, desde a queda de Adão no Éden. O ser humano é moralmente corrupto, e esta verdade bíblica pode ser facilmente comprovada pela simples observação da realidade. Mas em outros tempos se tinha vergonha de praticar maldades, e os pecados eram cometidos em guetos e lugares ermos, na escuridão da noite, longe dos olhares da sociedade. Pecar não era motivo de orgulho, ninguém se gabava em seus vícios e imundícias, tampouco os considerava “normais”. Bêbados, prostitutas, adúlteros e outros desviados escondiam seus erros o quanto podiam. Hoje há uma profunda e assustadora transformação cultural partindo das ricas nações do Hemisfério Norte, no sentido de se abandonar todo conceito de certo e errado, legitimando-se as práticas e estilos de vida mais sórdidos.
 
Outrora, família era um núcleo formado por pai, mãe e filhos. Atualmente, “família” é qualquer tipo de ajuntamento humano vivendo sob o mesmo teto. Recentemente se deu o “casamento” de três mulheres no estado americano de Massachussets, com a presença e aprovação de parentes das três envolvidas. Aquele trio já possui um bebê, o qual será registrado e criado por três mães e nenhum pai! Com isso, abriu-se espaço para que todo tipo de arranjo seja reconhecido pela lei. Afinal, se três podem, por que não quatro, cinco ou mais? A consequência disso para os filhos não importa, ninguém está preocupado com isso; que se adaptem!
 
No passado, nudez era algo íntimo, reservado, compartilhado somente por casais entre quatro paredes. Hoje, pessoas tiram a roupa em protestos realizados de dia nas praças, ruas e avenidas, pelos motivos mais banais. Qualquer coisa é usada como desculpa para se exibir o próprio corpo em público. Quem leva os filhos pequenos para passear numa grande praça de qualquer capital americana ou europeia corre o risco de passar por grandes constrangimentos. Como explicar a uma criança o porquê de todas aquelas pessoas estarem desfilando sem roupa em plena luz do dia? Caiu por terra o conceito de atentado ao pudor, e até a noção do que significa pudor!
 
Houve um tempo em que aborto era crime. Abortava-se na clandestinidade, ciente de se estar praticando um mal grave. Nestes dias o aborto não apenas tornou-se lícito; é também assunto a ser contado em entrevistas publicadas em jornais, telejornais, revistas e programas televisivos. Celebridades descrevem suas experiências de abortos como quem narra um fato nobre, do qual se deva orgulhar. O bebê que vive no ventre da gestante passou a ser visto como uma simples extensão do corpo dela, ou melhor, como uma parte descartável daquele corpo, que pode ser mantida ou retirada conforme pareça bem à mulher. Nos desenvolvidos países do norte, exterminar um feto é como extrair um dente siso, o qual se lança fora quando for (in)conveniente!
 
Outrora a vida de idosos e doentes era preservada com todos os recursos disponíveis na medicina. Além destes, recorria-se a Deus, pois havia a convicção de que Ele tem poder para curar enfermidades. Porém, a presente geração aceita a matança dos enfermos, reconhecida sob o pomposo nome de “eutanásia”. Quando não há mais tratamento conhecido apto a curar, a morte do doente é provocada mediante a autorização dele. Não se admite que exista um Senhor sobre a vida e a morte, mas o homem se julga apto a exercer esse senhorio. E isso com a anuência do Estado. Não há mais fé na graça e misericórdia divina; antes, o ser humano que decide quais bebês irão nascer também escolhe quando e como ele próprio deve morrer.
 
No passado o uso de entorpecentes era um vício praticado por gente perdida, sem rumo, marginalizada ou completamente desesperançada. Tais pessoas se drogavam às escondidas, ocultando de todas as formas a sua desgraça. Hoje o consumo de drogas é amplamente tolerado nos países ricos, e ninguém sente envergonha de se declarar usuário. Governos legalizam a venda e consumo da maconha, e sabe-se lá o que mais será legalizado em breve. Ao mesmo tempo, a variedade de substâncias entorpecentes é cada vez maior, e multidões jogam a saúde fora nas raves e boates da moda. Este mal específico já tem assolado o mundo, mas as nações mais ricas inovam no sentido de torná-lo lícito, aceito pela lei.
 
Em outros tempos, a fé cristã evangélica florescia em nações do Hemisfério Norte. Grupos de crentes como os puritanos, os pietistas morávios e as sociedades metodistas wesleyanas alcançaram padrões de fé e piedade superiores a qualquer coisa que se vê nesta geração. Europa e EUA exportavam missionários para os mais diversos cantos do planeta. Agora, porém, aquelas mesmas nações perseguem cristãos. Pastores têm sido presos simplesmente por pregar sermões denunciando pecados (o “crime” deles é manifestar publicamente suas crenças – crime de opinião!)! O uso de símbolos religiosos, como a cruz, tem sido proibido em escolas. Na Flórida, uma menina de cinco anos de idade foi repreendida no refeitório escolar, somete por ter orado antes de fazer seu lanche! Na outrora piedosa Inglaterra, uma dupla de homossexuais milionários processou a igreja local a fim de obrigá-la a celebrar o casamento religioso deles!
 
Sociedades com noções completamente deturpadas a respeito de família, afetividade e sexualidade. Desprovidas de todo senso de pudor e vergonha. Incapazes de valorizar a vida humana, inclusive a dos próprios filhos. Escravizadas pelas drogas. Inimigas do cristianismo. Democráticas e tolerantes em relação aos comportamentos mais bizarros, porém autoritárias e intolerantes em relação ao Evangelho. Outrora luz para as nações, hoje trevas para o resto do mundo. Essa é a realidade atual na maioria dos países mais ricos, e esse é o desafio para as suas igrejas. Que Deus tenha misericórdia dos (poucos) crentes fieis que vivem lá, e também de nós, que seremos os próximos a suportar hostilidade e perseguição. Ah, Senhor Jesus, vem buscar a Tua noiva, vem livrar-nos dos Teus inimigos!

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