quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Como é difícil evangelizar um neopentecostal!

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32). Quando o Senhor Jesus proferiu estas palavras, não falava a gentios, mas aos fariseus, que consideravam a si próprios fiéis servos de Deus. Aliás, a Bíblia nos mostra quão endurecidos de coração eram os religiosos do judaísmo naqueles tempos, e como a igreja primitiva, depois do Pentecostes, obteve maior aceitação entre os povos não judeus do que perante os descendentes de Abraão. 

Evangelizar é uma tarefa árdua, pois o ser humano, caído e totalmente apartado da glória de Deus, não é capaz de render-se a Cristo, a menos que o Espírito Santo intervenha de modo sobrenatural, abrindo os olhos espirituais dos incrédulos. Convencer alguém a abraçar uma religião não é difícil; o problema é fazer um homem entender que precisa desesperadamente de um Salvador. Pior ainda é tentar explicar a um evangélico neopentecostal que este provavelmente ainda não foi salvo. 

As denominações neopentecostais, adeptas da nefasta “teologia da prosperidade”, divulgam um falso evangelho, completamente diferente do Evangelho de Jesus Cristo. A mensagem, basicamente, é a seguinte: “venha para a nossa igreja e todos os seus problemas serão resolvidos”. Quem não se interessaria por semelhante proposta? Então, durante os cultos, ensinam que a pessoa deve passar por um processo de libertação (no qual o pastor expulsará os demônios da pobreza, ou da enfermidade, ou do vício, ou do desemprego, etc), repetir uma oração pronta “aceitando Jesus”, tornar-se membro daquela denominação e ofertar o máximo de dinheiro que puder (e também o que não puder, incluindo o que não possuir). 

Desde então, a pessoa, devidamente integrada à comunidade “evangélica”, imagina ter passado das trevas para a luz, tornando-se filha do Deus vivo. Sem arrependimento de pecados, nem novo nascimento, tampouco vida de santificação – etapas absolutamente essenciais na caminhada cristã. Não bastasse tudo isso, o membro de denominação neopentecostal aprende, culto após culto, a desprezar o estudo bíblico sério e aprofundado, substituindo-o pelo simples uso de versículos bíblicos isolados, totalmente descontextualizados, terrivelmente distorcidos, com o fim de justificar as heresias e abusos da “teologia da prosperidade”. 

Como explicar para alguém nessa condição que é preciso se arrepender e crer no Evangelho? Normalmente tais pessoas são ex-católicos romanos, os quais abandonaram um estilo de idolatria e imaginam que agora pertencem a Cristo. Não percebem, mas houve somente uma troca de ídolos. Aparecida foi substituída por Mamom; as imagens de escultura deram lugar aos amuletos “evangélicos”; o terço foi trocado pelas campanhas de sete semanas; e, em lugar do papa, o papel de líder infalível e acima do bem e do mal passou a pertencer ao “bispo”, “apóstolo” ou “missionário”. Continuam cegos, sem discernimento, perdidos, pois invocam o Nome de Jesus mas nunca se submeteram ao Seu senhorio. 

Somente um milagre de Deus pode salvar uma pessoa, seja quem for. O homem natural vive separado de Deus, pois todos pecaram. Não há distinção. Mas expor o reto Evangelho, puro, bíblico, não falsificado, apto a salvar, para os neopentecostais é uma missão especialmente difícil porque os líderes destes provocaram um estrago grande demais. A própria Bíblia foi deturpada, as promessas do Senhor foram transformadas em objeto de comércio, multiplicou-se o ego e a cobiça dos membros. Todos os conceitos referentes à salvação precisam ser quebrados e reconstruídos nas mentes de multidões. Ah, Senhor, dá-nos graça sobre graça, ou uma geração inteira perecerá!

2 comentários:

  1. Muito oportuno o seu post, Fernando. Nos últimos dias tenho pensado sobre isso e lendo seu texto, arrisco um palpite de que essa missão seja talvez igual ou mais complexa do que a de irmãos em países pós-cristãos (Europa Ocidental principalmente) onde o Evangelho já floresceu um dia. As pessoas nesses países ou se opõe ao Evangelho ou já se consideram cristãs. Mas um trabalho necessário.

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    1. De fato, Ed, são dois desafios complicadíssimos, que só a graça de Deus pode superar. Obrigado pelo apoio, e que Deus o abençoe!

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