A Palavra de Deus, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, constantemente denuncia a opressão dos ricos contra os pobres e desfavorecidos, mostrando-nos o quanto o Senhor abomina esse pecado. Só para citar dois exemplos, em Isaías 1:23-24 lemos: “Os teus príncipes são rebeldes e companheiros de ladrões; cada um deles ama o suborno e corre atrás
de recompensas. Não defendem o direito do órfão, e não chega perante eles a causa das viúvas. Portanto, diz o Senhor, o SENHOR dos Exércitos, o Poderoso de Israel: Ah! Tomarei satisfações aos meus adversários e vingar-me-ei dos meus inimigos”. E em Mateus 23:14: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque devorais as casas das viúvas e, para o justificar, fazeis longas orações; por isso, sofrereis juízo muito mais severo!”.
A Bíblia também nos chama a termos grande compaixão pelos necessitados, abrirmos mão do materialismo e opulência, exercermos socorro e misericórdia, dividirmos nossos bens com aqueles que nada possuem (principalmente os de mesma fé). Eis algumas passagens que demonstram isso: “Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver comida,
faça o mesmo” (Lucas 3:11); “Lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles; dos que sofrem maus tratos, como se, com efeito, vós mesmos em pessoa fôsseis os maltratados” (Hebreus 13:3); “Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é a raiz de todos os males” (1Timóteo 6:9-10); “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1João 3:17).
A igreja que fecha os olhos à injustiça, não se preocupa em ir até os oprimidos e anunciar-lhes a salvação em Cristo Jesus, peca. A igreja que não oferece aos excluídos o alimento, roupa, medicamentos, consolo e apoio em outras áreas (educação, lazer saudável, etc), o quanto for possível, deixa de cumprir o seu papel neste mundo. Porque o
cristianismo não se limita aos cultos nos templos, às reuniões de estudo bíblico, ao Batismo e Ceia do Senhor, mas, além de tudo isso – que é primordial – vai até onde estão a fome, a escassez, a doença, a dor, o desespero, e leva o amor prático junto com a Palavra de Deus. Ser crente é amar a Deus acima de tudo, e também amar ao órfão, à viúva, ao pobre e ao estrangeiro; isso está claramente expresso nas Escrituras.
Porém, há quem confunda as coisas, e pense que socorrer os pobres e excluídos significa abraçar o socialismo, os partidos políticos e movimentos populares de esquerda. Imaginam que o chamado bíblico ao exercício da compaixão e misericórdia deve ser cumprido por meio de uma aliança com os marxistas contemporâneos. Mesmo sabendo que o marxismo, desde o seu nascimento, defende o ateísmo e rejeita enfaticamente as doutrinas cristãs mais básicas e essenciais, como a queda do homem, a universalidade do pecado e a salvação
conquistada por Cristo. Mesmo cientes de que os esquerdistas, desde Karl Marx, desprezam a lei moral de Deus, eterna e imutável. Os cristãos socialistas existem, e aparentemente acreditam que o socialismo é a única opção para quem não deseja ser um aliado dos ricos opressores deste mundo.
Uma vez aliados dos grupos e partidos de esquerda, os cristãos socialistas passam a aderir às causas defendidas pelo marxismo, como a legalização do aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a adoção da “ideologia de gênero” nas escolas (que, na prática, significa explicar a crianças pequenas como são realizadas as mais diversas formas de relação sexual, e também convencê-las a questionar sua própria identidade sexual, para que cada uma “descubra” se é homo, hetero ou bissexual), a absoluta igualdade de papéis (não só de direitos, mas de papéis!) entre o homem e a mulher, a eutanásia e outras bandeiras incompatíveis com os valores do Reino de Deus. Tornam-se simpatizantes de governantes que a cada dia empenham-se mais em destruir o cristianismo no Brasil. E o mais impressionante, passam a criticar fortemente os cristãos conservadores e defensores
dos padrões bíblicos de comportamento!
Você, que lê este texto, se identifica com a descrição acima? Pondere, então, no seguinte. A compaixão que você sente pelos oprimidos e necessitados é correta, seu empenho em levantar recursos para promover melhorias nas condições de vida nas periferias e sertões é muitíssimo nobre, sua indignação diante da exploração sofrida por milhões de brasileiros é justa. Porém, você há de convir que grande parte das reivindicações da esquerda chocam-se frontalmente com a Palavra de Deus, e não há consenso possível entre esta e aquelas. Sendo assim, reflita e responda honestamente para si mesmo: você realmente crê nas Escrituras? Acredita nos milagres descritos no Novo Testamento? No iminente retorno de Cristo à terra como justo juiz? Você crê que há dois, e somente dois destinos possíveis para os mortos; o céu (para os crentes nascidos de novo) e o inferno (para o restante da humanidade)? Ou tudo isso lhe parece um monte de estórias fantasiosas? Quem sabe você não tem fé alguma no Deus invisível e seu engajamento em movimentos sociais é a sua tentativa pessoal de fazer justiça e dar sentido à sua própria existência? Pense nisso e, se for o caso, arrependa-se, creia no Evangelho e volte-se para Cristo!
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