segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Conhecimento bíblico já!

Dois episódios verídicos recentes nos chamaram a atenção para o estado calamitoso da igreja dos dias atuais, no que tange ao conhecimento bíblico (ou à falta dele). Primeiro: uma mensagem divulgada nas redes sociais mostra o desenho do rosto de um homem, barba e cabelos longos, olhar de sofrimento e uma coroa de espinhos na cabeça. Logo abaixo da ilustração, um texto dizia o que teria acontecido a várias pessoas após receberem aquela figura. Entre outras coisas, é dito que certo ex-presidente argentino teria apagado a mensagem com o desenho sem repassá-la para ninguém, e em seguida o filho dele teria morrido. E que outra pessoa, tendo recebido a mesma figura, repassou-a a vários amigos, e pouco depois ganhou um bom dinheiro na loteria. No final da mensagem, veio a conclusão: “esta foto é milagrosa. Repasse”. Segundo episódio: certa pessoa publicou em sua página numa rede social um pedido de oração em favor de um famoso padre que estaria muito doente (até aí tudo bem, é bom e justo orarmos pela cura de enfermos). Concluindo a publicação, a pessoa chamou aquele padre de “nosso irmão em Cristo”. Qual é o problema? Tanto no primeiro caso quanto no segundo, as pessoas que divulgaram essas mensagens são membros de igrejas evangélicas, pastoreadas por dois homens sérios, íntegros e dedicados aos seus ministérios!
 
Muito nos assusta que alguém, membro de denominação evangélica, desconheça o ensino bíblico acerca da proibição da adoração a imagens de escultura e outras semelhanças do que há no céu, na terra ou embaixo da terra (o Segundo Mandamento, descrito com toda clareza em Êxodo 20:4-5, o qual trata da pureza do culto a Deus). Do mesmo modo, surpreende-nos saber que uma pessoa, também membro de denominação evangélica, não saiba que “irmão em Cristo” é quem crê e confessa ao Senhor Jesus como único e suficiente Senhor e Salvador. Portanto, um padre, o qual chama Maria de “Senhora”, chama os santos já falecidos de “intercessores” e “mediadores junto a Deus” e presta adoração a muitos outros além de Cristo, não pode em hipótese nenhuma ser considerado um irmão. É lícito chamá-lo de amigo, considerá-lo uma pessoa querida, tê-lo em alta estima, desejar a ele todo bem, amá-lo. Mas “irmão” é aquela pessoa que crê nas mesmas coisas que nós. Não é só um tratamento carinhoso ou respeitoso. Não é simplesmente uma forma amistosa de se dirigir a alguém. Muito mais que tudo isso, a palavra “irmão” refere-se à identidade espiritual dos que nasceram de novo, do Alto, pelo poder de Deus: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus” (Efésios 2:19).
 
Ponderemos no seguinte: qual é a diferença entre divulgar na Internet uma ilustração, pretensamente representando Jesus Cristo (a verdade é que nenhum de nós sabe como era a aparência física do Senhor quando veio a este mundo de forma visível, há dois mil anos atrás), certo de que aquela é uma “foto milagrosa”, e prostrar-se diante de uma imagem de escultura, ou distribuir santinhos pelas ruas? Não existe diferença significativa! Todos esses comportamentos – adorar um desenho na internet, uma estátua de barro ou um pedaço de papel em forma de cartão – são formas de idolatria, atitudes típicas de quem não conhece a verdade e se prende a superstições e doutrinas de homens. Consideremos também isso: se um padre, que não crê na suficiência de Cristo, nem na suficiência das Escrituras, nem mesmo na salvação por graça mediante a fé somente, tampouco dá glória somente a Deus, é nosso “irmão em Cristo”, então quais são os fundamentos da nossa fé? O que nos distingue de um católico romano, ou mesmo de um espírita? Afinal, o que significa ser um cristão evangélico, ou protestante? Um rótulo? Questão de gosto? E quanto à sólida doutrina, fundamentada no ensino de Cristo e dos apóstolos, minuciosamente explanada em quase cinco séculos de história por homens santos, desde os pioneiros Lutero e Calvino até os contemporâneos Paul Washer, Leandro Lima e Ciro Zibordi?
 
Pastores, em Nome de Jesus, não aceitem esta deplorável situação! Levem o conhecimento bíblico aos membros das igrejas sob sua responsabilidade, façam isso o mais rápido possível! Se for necessário – provavelmente será – organizem uma ou mais classes na escola bíblica voltadas ao ensino dos rudimentos da fé cristã. Comecem do zero, ensinando as coisas mais básicas, não imaginem que exista algo óbvio sobre o qual seja desnecessário falar. A atual geração de evangélicos desconhece até o mínimo, são como analfabetos diante da Palavra de Deus. Caso os membros não correspondam, e poucos venham a frequentar os grupos de estudo bíblico – possivelmente acontecerá isso mesmo – tomem uma atitude radical e passem a ensinar o “bê-á-bá” da fé cristã nos cultos de domingo à noite, os de maior frequência durante a semana. Sejam claros no ensino, empreguem palavras simples, façam uso de slides com ilustrações, distribuam apostilas, promovam torneios com entrega de prêmios a fim de incentivar os membros a se empenharem (exemplo, presentear o aluno mais frequente na escola dominical com uma boa bíblia de estudo ou um bom dicionário bíblico), peçam ao Senhor que lhes dê criatividade. Mas não deixem de tomar uma atitude urgente! Lembrem-se, uma das principais funções do pastor é dedicar-se ao ensino da sã doutrina, evitando que as ovelhas do rebanho pequem por falta de conhecimento. Dediquem-se, então, com o seu melhor a esta tarefa. Que a graça de Deus seja com vocês!

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O que você vê e ouve influencia quem você é

A televisão, Internet, rádio e outras formas de mídia exercem poderosa influência em nós, transformando nossas crenças, valores e atitudes dia após dia. A maioria das pessoas despreza ou ignora esse fato, e quase todas imaginam-se imunes às influências externas, donas do próprio nariz, firmes em suas opiniões. Passam horas diante de um aparelho de TV, computador ou celular, certas de que tudo é entretenimento inocente, e com isso vão assimilando lixo e sendo moldadas até se tornarem imorais e fúteis. Tal fenômeno, num indivíduo é uma lástima, mas, numa sociedade, uma catástrofe.
 
O Evangelho é o chamado de Cristo para uma nova vida, livre das corrupções mundanas. “Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Romanos 12:2) significa, para você que se converteu ao Senhor: Não seja como as demais pessoas, não assista aos mesmos programas de TV, não visite os mesmos sites, não ouça as mesmas músicas, não compartilhe os mesmos vídeos, não se vista do mesmo jeito, não converse da mesma forma, não frequente os mesmos lugares, não tenha os mesmos pensamentos, não deseje as mesmas coisas, não tenha as mesmas noções de “certo e errado”, não se pareça com elas em nada! Se você experimentou o amor de Deus e compreendeu a beleza do Senhor Jesus, isso o torna completamente diferente daqueles que não foram salvos!
 
"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm” (1Coríntios 6:12). É verdade que estamos sob a graça, e que não queremos o legalismo. Não faria sentido adotarmos uma lista daquilo se pode fazer, e uma lista do que não pode ser feito. Mas existem coisas que nos embaraçam a caminhada cristã, pois despertam nossa velha natureza – herança do pecado de Adão. Entristecem o Espírito. Ofendem a Deus. Servem de laço para nós, e, se cairmos, isso nos afastará do Senhor. “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo; se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (1João 2:15). Por que nos deliciaríamos naquilo que o Senhor odeia? Se O amamos, queremos honrá-Lo em tudo. “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” 1Coríntios 10:31).

Prezado irmão ou irmã em Cristo, cuidado com as telenovelas, músicas mundanas, vídeos compartilhados no WathsApp, Facebook e coisas semelhantes. Cuidado com programas e séries de TV e os filmes aos quais você tem assistido no cinema ou DVD. Esteja atento aos efeitos que tudo isso produz no seu coração. As mensagens predominantes na mídia são de libertinagem sexual, desconstrução da família, rebeldia, consumismo, hedonismo, culto ao corpo e à aparência, ecumenismo (“todos os caminhos levam a Deus”), relativização da verdade, enfim, o contrário do que ensina a Palavra de Deus. Seja seletivo, não se alimente do mal! Antes, procure se alimentar do que o edifica e traz à lembrança o favor de Deus. Viva seus momentos de lazer de modo a glorificar o Senhor Jesus. E, em hipótese nenhuma, ceda aos valores torpes desse mundo mau que em breve será consumido pela ira de Deus. Você é um remido, salvo, resgatado pelo precioso sangue de Cristo; viva de modo condizente com a sua condição de filho amado do Pai Celeste! Não se conforme com este século!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Vencedores por Cristo: referência de louvor cristão

Em 1968 surgiu uma belíssima novidade no meio cristão evangélico brasileiro, com o lançamento do primeiro compacto do grupo Vencedores por Cristo. O VPC, como ficou conhecido, nasceu como um ministério destinado a treinar jovens para o serviço no Reino de Deus através da música. Acolheu rapazes e moças de diversas denominações evangélicas, e, em suas muitas equipes, treinou mais de quatrocentos e cinquenta adoradores, dentre eles Adhemar de Campos, Guilherme Kerr Neto, João Alexandre e Sérgio Pimenta. Ainda em atividade, o grupo é considerado uma referência de autêntico louvor cristão, uma unanimidade entre os crentes (famosos ou não) verdadeiramente tementes a Deus. Mas, afinal, quais são os motivos pelos quais os Vencedores por Cristo se tornaram esse referencial? O que os distingue de tantos grupos e artistas “gospel” contemporâneos?
 
Dois grandes diferenciais podem ser apontados. O primeiro é que, desde o início, o VPC fez uma opção por cantar as Escrituras. Muitas das letras de suas canções são extraídas diretamente dos textos bíblicos, em especial dos Salmos. As demais, embora não citem explicitamente passagens da Bíblia, tratam de temas em completa sintonia com a Palavra de Deus. Como exemplos destas, podemos citar os louvores “A começar em mim”, que fala de quebrantamento e união entre os irmãos, “Pai, eu Te adoro”, uma adoração ao Deus Triúno, e “Cristo é real”, fortemente evangelística. Desta maneira, os Vencedores por Cristo conseguiram evitar um mal terrível e muitíssimo comum no meio dito “evangélico”, a propagação de erros teológicos, heresias e mensagens humanistas nas letras das músicas. Se alguém deseja tirar uma prova, selecione aleatoriamente dez letras de canções do VPC, compare com as letras dos dez sucessos “gospel” mais tocados no momento e tire suas próprias conclusões!
 
O outro diferencial está no fato de os Vencedores por Cristo nunca terem promovido seus próprios integrantes à fama. O público cristão, especialmente os maiores de trinta ou quarenta anos, conhece o grupo ou, pelo menos, algumas de suas canções, porém os membros, individualmente, não eram postos em destaque. Sobretudo porque o ministério incluía várias equipes (e esta era a intenção, treinar muitos jovens e enviá-los para o serviço na Seara), o VPC não tem e nunca teve nenhum astro ou estrela em seu meio. Hoje, ao contrário, o mercado musical “evangélico” está repleto de famosos, cercados por tietes, e o tratamento dado pelos fãs aos artistas de sua preferência, lamentavelmente, beira a idolatria. Como consequência, na música “gospel” contemporânea a honra e a glória não pertencem somente ao Senhor Jesus, mas são tributadas, em grande parte, aos cantores e bandas. Nos Vencedores por Cristo, só o Rei dos reis recebe toda honra e toda glória.
 
A igreja brasileira precisa urgentemente de novos ministérios semelhantes aos Vencedores por Cristo. Homens e mulheres dispostos a se unirem num firme propósito de adorar a Deus por meio do louvor musical. Crentes verdadeiramente quebrantados, inconformados com o humanismo, tietagem e heresias reinantes nesta geração, desejosos por exaltar ao Senhor somente – ainda que isso lhes impeça de alcançarem um grande sucesso comercial. Servos de Cristo, dedicados a compor e interpretar canções com letras bíblicas, cristocêntricas, e melodias belas, suaves, adequadas à adoração. Cristãos autênticos, os quais não procuram aplausos para si próprios nem almejam o enriquecimento à custa da exploração do bendito Nome do Senhor. Adoradores, que não estão preocupados em cantar canções voltadas às necessidades materiais de seus ouvintes, mas anelam por cantar as grandes verdades espirituais. Você, que lê esta postagem, é músico e ama o Senhor Jesus, se dispõe a cultuá-Lo desta forma, na contramão de (quase) tudo que hoje tem sido feito, somente visando à glória de Deus? Que tal colocar as mãos à obra desde já?