sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Justiça social sim; socialismo não!

A Palavra de Deus, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, constantemente denuncia a opressão dos ricos contra os pobres e desfavorecidos, mostrando-nos o quanto o Senhor abomina esse pecado. Só para citar dois exemplos, em Isaías 1:23-24 lemos: “Os teus príncipes são rebeldes e companheiros de ladrões; cada um deles ama o suborno e corre atrás de recompensas. Não defendem o direito do órfão, e não chega perante eles a causa das viúvas. Portanto, diz o Senhor, o SENHOR dos Exércitos, o Poderoso de Israel: Ah! Tomarei satisfações aos meus adversários e vingar-me-ei dos meus inimigos”. E em Mateus 23:14: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque devorais as casas das viúvas e, para o justificar, fazeis longas orações; por isso, sofrereis juízo muito mais severo!”.

A Bíblia também nos chama a termos grande compaixão pelos necessitados, abrirmos mão do materialismo e opulência, exercermos socorro e misericórdia, dividirmos nossos bens com aqueles que nada possuem (principalmente os de mesma fé). Eis algumas passagens que demonstram isso: “Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo” (Lucas 3:11); “Lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles; dos que sofrem maus tratos, como se, com efeito, vós mesmos em pessoa fôsseis os maltratados” (Hebreus 13:3); “Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é a raiz de todos os males” (1Timóteo 6:9-10); “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1João 3:17).

A igreja que fecha os olhos à injustiça, não se preocupa em ir até os oprimidos e anunciar-lhes a salvação em Cristo Jesus, peca. A igreja que não oferece aos excluídos o alimento, roupa, medicamentos, consolo e apoio em outras áreas (educação, lazer saudável, etc), o quanto for possível, deixa de cumprir o seu papel neste mundo. Porque o cristianismo não se limita aos cultos nos templos, às reuniões de estudo bíblico, ao Batismo e Ceia do Senhor, mas, além de tudo isso – que é primordial – vai até onde estão a fome, a escassez, a doença, a dor, o desespero, e leva o amor prático junto com a Palavra de Deus. Ser crente é amar a Deus acima de tudo, e também amar ao órfão, à viúva, ao pobre e ao estrangeiro; isso está claramente expresso nas Escrituras.

Porém, há quem confunda as coisas, e pense que socorrer os pobres e excluídos significa abraçar o socialismo, os partidos políticos e movimentos populares de esquerda. Imaginam que o chamado bíblico ao exercício da compaixão e misericórdia deve ser cumprido por meio de uma aliança com os marxistas contemporâneos. Mesmo sabendo que o marxismo, desde o seu nascimento, defende o ateísmo e rejeita enfaticamente as doutrinas cristãs mais básicas e essenciais, como a queda do homem, a universalidade do pecado e a salvação conquistada por Cristo. Mesmo cientes de que os esquerdistas, desde Karl Marx, desprezam a lei moral de Deus, eterna e imutável. Os cristãos socialistas existem, e aparentemente acreditam que o socialismo é a única opção para quem não deseja ser um aliado dos ricos opressores deste mundo.

Uma vez aliados dos grupos e partidos de esquerda, os cristãos socialistas passam a aderir às causas defendidas pelo marxismo, como a legalização do aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a adoção da “ideologia de gênero” nas escolas (que, na prática, significa explicar a crianças pequenas como são realizadas as mais diversas formas de relação sexual, e também convencê-las a questionar sua própria identidade sexual, para que cada uma “descubra” se é homo, hetero ou bissexual), a absoluta igualdade de papéis (não só de direitos, mas de papéis!) entre o homem e a mulher, a eutanásia e outras bandeiras incompatíveis com os valores do Reino de Deus. Tornam-se simpatizantes de governantes que a cada dia empenham-se mais em destruir o cristianismo no Brasil. E o mais impressionante, passam a criticar fortemente os cristãos conservadores e defensores dos padrões bíblicos de comportamento!

Você, que lê este texto, se identifica com a descrição acima? Pondere, então, no seguinte. A compaixão que você sente pelos oprimidos e necessitados é correta, seu empenho em levantar recursos para promover melhorias nas condições de vida nas periferias e sertões é muitíssimo nobre, sua indignação diante da exploração sofrida por milhões de brasileiros é justa. Porém, você há de convir que grande parte das reivindicações da esquerda chocam-se frontalmente com a Palavra de Deus, e não há consenso possível entre esta e aquelas. Sendo assim, reflita e responda honestamente para si mesmo: você realmente crê nas Escrituras? Acredita nos milagres descritos no Novo Testamento? No iminente retorno de Cristo à terra como justo juiz? Você crê que há dois, e somente dois destinos possíveis para os mortos; o céu (para os crentes nascidos de novo) e o inferno (para o restante da humanidade)? Ou tudo isso lhe parece um monte de estórias fantasiosas? Quem sabe você não tem fé alguma no Deus invisível e seu engajamento em movimentos sociais é a sua tentativa pessoal de fazer justiça e dar sentido à sua própria existência? Pense nisso e, se for o caso, arrependa-se, creia no Evangelho e volte-se para Cristo!

sábado, 21 de novembro de 2015

A péssima imagem da igreja evangélica brasileira hoje

Até os anos de 1960 ou 1970, ser evangélico no Brasil significava algumas coisas. Embora a sociedade brasileira, predominantemente católico-romana-espírita, nutrisse evidente antipatia por nós (na verdade, pelo genuíno Evangelho), e a despeito de toda hostilidade com que nos tratavam, forçosamente reconheciam algumas características típicas dos membros de “igrejas de crente”: pessoas que não bebiam, não fumavam, não frequentavam bailes e nem festas como o carnaval, vestiam-se com pudor e modéstia, absolutamente honestas no trabalho e no trato com o dinheiro, moderadas em tudo, bastante conservadoras, que falavam sobre Jesus o tempo inteiro. 

Hoje, com o inchaço das denominações “evangélicas”, em especial as neopentecostais, o termo “evangélico” mudou completamente de sentido. Dezenas de milhões de brasileiros, movidos por mera conveniência, tornaram-se membros das tais igrejas sem jamais terem experimentado o novo nascimento. A teologia não é mais a mesma, a fé é outra, os valores são outros, e, lamentavelmente a transformação foi para pior. A população do nosso país, ainda predominantemente católico-romana-espírita, tem mantido opiniões muito negativas acerca dos ditos “evangélicos”, e há bons motivos para isso. Basicamente, povo brasileiro nos vê como: 

Materialistas, amantes do dinheiro;
Desonestos nos negócios, maus pagadores;
Tolos que doam rios de dinheiro para sustentar a opulência de pastores corruptos;
Imorais, tanto quanto os incrédulos;
Irreverentes e sem temor a Deus;
Insensíveis diante do sofrimento do próximo;
Hipócritas que falam em santidade e vivem no pecado;
Massa de manobra de políticos corruptos que se dizem evangélicos;
Tietes dos cantores e cantoras “gospel”;
Fúteis;
Pouco (ou nada) espirituais;
Completamente diferentes de Jesus, o carpinteiro manso e humilde de coração.

E então, precisamos ou não de uma nova Reforma na Igreja Evangélica?

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Manifesto contra o crescimento da igreja evangélica

Antes de subir aos céus, o Senhor Jesus, ressurreto dentre os mortos, deixou uma ordem aos apóstolos, de fazerem discípulos em todas as nações, batizando os tais em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo e ensinando-os a guardar a Palavra de Deus. A igreja anela por esse crescimento saudável, bíblico, mediante o acréscimo de mais pessoas genuinamente convertidas, transformadas, salvas, libertas do poder do pecado, cheias de amor por Cristo e dispostas a servi-Lo. 

Recentemente, as denominações evangélicas têm experimentado grande crescimento numérico, com o aumento significativo da quantidade de membros batizados. Mas o número de discípulos do Senhor não cresce, e isso se torna evidente quando observamos o testemunho público dos chamados “evangélicos” deste país. Não existe diferença entre os que professam a fé no Evangelho e os descrentes, ambos vivem da mesma forma, mantém o mesmo comportamento, frequentam os mesmos lugares, usam o mesmo tipo de roupa, assistem aos mesmos programas de TV, acessam os mesmos sites na Internet. Talvez existam hoje menos crentes verdadeiros no Brasil do que havia há trinta anos atrás.

O que tem crescido assustadoramente no nosso meio é o joio: pessoas não regeneradas, não salvas, sem nenhum amor a Deus e ao próximo, que se tornaram membros de alguma denominação evangélica porque lhes era conveniente. Um dia assistiram a um culto evangélico, gostaram e continuaram frequentando as reuniões de certa igreja. Então, foram batizadas e aceitas como membros, embora nunca tenham sido convertidas. Muitas delas hoje estão tocando ou cantando em grupos de louvor, liderando células, pregando mensagens nos púlpitos e algumas até se tornaram pastores, o que é uma tragédia! 

Certamente a igreja desta geração não entendeu a Grande Comissão dada por Cristo. O Senhor não ordenou que enchêssemos templos e usássemos todo tipo de artifícios para convencer as multidões a continuarem indo aos nossos cultos. A ordem foi para que fizéssemos discípulos, ou seja, seguidores de Jesus. Devemos, é claro, pregar o Evangelho a toda criatura, mas sem diluir a mensagem da salvação a fim de torná-la atraente, leve e aceitável. Os cultos na maioria das denominações são espetáculos repugnantes aos olhos de todo verdadeiro servo de Deus. O louvor é carnal, a postura dos ministrantes não demonstra reverência nenhuma, a pregação é humanista, piadas são contadas no púlpito, as heresias florescem e o alvo maior é a conquista de bens materiais. Tudo está errado! 

O que precisa ser feito para revertermos essa situação caótica? A solução é simplesmente fazermos o que o Senhor nos ordenou: irmos por todo o mundo pregando o Evangelho (puro, bíblico, não falsificado, completo) a toda criatura, e, aos que, pelo poder do Espírito Santo, forem salvos, batizarmos e lhes ensinarmos a Palavra de Deus. Se o joio presente no nosso meio não gostar e, insatisfeito, abandonar nossas igrejas, pouco importa. Se o número de membros diminuir, isso não é problema. Basta de cristianismo de aparências, chega de buscarmos a simpatia do mundo para lotarmos nossos templos! Não precisamos de evangélicos nominais, e sim de soldados a serviço do Reino de Cristo! Sejamos poucos, uma porção inexpressiva da população, antipatizados e ridicularizados, conquanto o Senhor Se agrade de nós! Brilhemos como faróis na escuridão, seja o nosso testemunho impecável! Já brincamos demais com o sagrado; voltemos a ser a igreja de Jesus, noiva do Cordeiro, pronta para encontrar-se com o Rei!

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Curso de teologia com registro no MEC: um perigo!

Uma das maiores preocupações dos aspirantes ao ministério pastoral é escolher um curso de teologia reconhecido pelo MEC. Muitos seminários têm se empenhado em alcançar esse reconhecimento, e, quando o conseguem, divulgam o fato como quem exibe um troféu. No entanto, o que aparenta ser um selo de qualidade pode, na verdade, se tornar uma perigosa cilada para os futuros teólogos. 

O Brasil é um Estado laico, portanto não há neste país uma religião oficial e todas as crenças devem ser igualmente respeitadas. Isso traz diversas implicações necessárias, entre as quais destacamos duas. Primeiramente, o Ministério da Educação não possui em seus quadros nenhum profissional destinado a avaliar a espiritualidade e a coerência doutrinária existentes (ou não) em determinado curso. Segundo, o MEC exigirá dos seminários que buscam credenciamento uma grade curricular ecumênica nos cursos de teologia. 

Por conseguinte, o reconhecimento pelo Estado não significa que um curso teológico seja bíblico, cristocêntrico e apto a desenvolver a piedade nos alunos. Ao contrário, demonstra apenas que o currículo engloba o estudo das mais diversas religiões, excluindo-se o caráter confessional do seminário. Pois o teólogo formado ali deve possuir condições de servir em qualquer igreja (evangélica, católica romana, etc), ou mesmo no espiritismo, budismo, umbanda ou outra religião não cristã. 

Não bastasse isso, há outro fator agravante nesses cursos, que é a presença de professores adeptos do liberalismo teológico. A teologia liberal anda de mãos dadas com o ecumenismo, um não sobrevive sem o outro. Portanto, além de estudar os sistemas religiosos mais avessos à fé cristã, o aluno aprenderá a desenvolver uma leitura crítica da Bíblia, negando tudo que se refere ao sobrenatural, como os milagres de Jesus, Sua ressurreição e segunda vida. Muitos alunos perdem a fé nos seminários, alguns tornam-se ateus, pois seus professores os ensinam a duvidar da Palavra de Deus. 

Uma das maiores carências da igreja de Cristo hoje são os pastores piedosos, tementes a Deus, conhecedores das Escrituras, fiéis à doutrina dos apóstolos. Estes estão em falta, mais do que em gerações passadas, e tais qualidades nada têm a ver com o reconhecimento do MEC. Estudar ciências humanas e fenomenologia da religião durante três ou quatro anos não é o caminho para a formação do ministro segundo o coração do Senhor. A igreja quer líderes santos, mas os cursos credenciados pelo Estado produzem intelectuais frios e ecumênicos. 

Você, prezado irmão, possui um chamado de Deus, confirmado pela sua igreja local? Seu coração arde quando você se lembra que bilhões em todo o mundo vivem longe de Cristo, sem salvação? Deseja servir como pastor, diácono, missionário, evangelista ou outra função, dedicando-se inteiramente à causa do Evangelho? Então reveja seus planos de ingressar num curso reconhecido pelo MEC. Antes, procure uma escola teológica apegada à sã doutrina, com professores ortodoxos, que defendam enfaticamente a infalibilidade e suficiência das Escrituras. Não queira somente um diploma avalizado pelo governo, isso não tem valor algum perante o Senhor! Que Deus o(a) abençoe e dirija em sua escolha!