domingo, 24 de agosto de 2014

Eu quero uma igreja assim!

Eu quero uma igreja que tenha um louvor centrado em Deus
Letras profundas exaltando a Sua majestade e glória
Lindas melodias, declarações de amor em forma de notas musicais
Executadas por um grupo de verdadeiros adoradores
 
Eu desejo uma igreja com o púlpito santo
Pregações bíblicas expositivas, cristocêntricas
Ministradas por homens conhecedores da Palavra
No poder do Espírito, em temor e tremor
 
Eu busco uma igreja de irmãos e irmãs
Pessoas transformadas que se conheçam e se amem
Reunidas num templo com um objetivo comum
Cultuar Aquele que por elas deu a vida na cruz
 
Eu procuro uma igreja que testemunhe a verdade
Durante a semana, em casa, no trabalho ou na escola
Crentes piedosos, humildes e quebrantados
Os quais odeiem o pecado e vivam em santidade
 
Eu anelo por uma igreja dedicada ao estudo das Escrituras
Homens e mulheres que busquem no livro santo
Instruções sobre como agir em todas as áreas da vida
Dispostos a obedecer os preceitos bíblicos sem questioná-los
 
Em sonho em congregar numa igreja cujo Deus é o Senhor
O Altíssimo, soberano criador e sustentador de todas as coisas
Nenhum outro seja servido ou cultuado
Antes, todos O amem e busquem por quem Ele é
 
Igreja que louva
Igreja que prega o Evangelho
Igreja do amor ágape
Igreja separada do mundo
Igreja que conhece a Bíblia
Igreja do único Deus
Essa é a igreja que eu quero
A noiva amada que Cristo, em breve, virá buscar!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Eu não quero uma igreja assim!

Eu não quero uma igreja que tenha um louvor humanista
Com letas falando de sonhos e “bênçãos” materiais
Ou mesmo repletas de distorções bíblicas e heresias
E estilos musicais feitos para o entretenimento
Como se o culto fosse baile ou show
 
Eu não desejo uma igreja com o púlpito contaminado
Palestras motivacionais ao invés de pregação
Mensagens feitas para agradar o ouvinte
Autoajuda, humor, dicas sobre como prosperar
E nenhum chamado ao arrependimento e fé em Cristo
 
Eu não busco uma igreja de multidões
Dez mil pessoas num templo semelhante a uma casa de espetáculos
Assistindo de longe a um pastor “estrela” que não conhece suas ovelhas
Sem comunhão entre os membros, sem irmãos e irmãs
Cada qual buscando seus próprios interesses
 
Eu não procuro uma igreja sem testemunho
De ímpios que se declaram “evangélicos”
E mentem, roubam, se prostituem, provocam intrigas, amam o mundo
Sem demonstrar o mínimo traço de contrição
Enquanto, por sua culpa, o Nome de Cristo é blasfemado entre os incrédulos
 
Eu não caibo numa igreja cujos membros nada conhecem de Bíblia
Decoram meia dúzia de versículos, utilizam-nos fora do contexto
Engolem todo tipo de besteiras apregoadas por líderes igualmente ignorantes
"Determinam" suas bênçãos, "profetizam" vitórias
Crendo num outro evangelho que não é o do Senhor Jesus
 
Eu não posso congregar numa igreja que cultua um deus que não é Deus
Um "pai do céu" bonzinho, o qual sonha em abençoar a todos
Mas não pode, porque depende do homem para agir
Vive mendigando nosso amor, feito menino carente
Implorando a todos que "aceitem a Jesus"
 
O motivo porque não quero uma igreja assim é um só:
Isso não é igreja; essa não é a noiva do Cordeiro!
Pode ser tudo: um clube, uma empresa, um centro de lazer
Mas não é o povo eleito, remido, santo, por quem o Senhor morreu na cruz!
E se amo o Rei Jesus, a Sua igreja, somente ela, é o meu lugar.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

“Templo de Salomão” da IURD: para a glória de quem?

Durante o reinado de Salomão, foi edificado em Jerusalém o grandioso templo destinado a abrigar a arca da aliança do Senhor, símbolo da Sua presença. Israel vivia o Antigo Testamento, aguardando o Messias prometido, e o culto a Deus consistia em figuras do Cristo que viria: sacrifícios de animais, o véu isolando o lugar santíssimo, o sangue aspergido sobre a arca pelo sumo sacerdote, etc. Àquela época, o templo era o lugar da habitação do Senhor na terra, o local onde se cultuava o Senhor Jeová. Mas o Filho de Deus veio, morreu na cruz, ressuscitou e subiu aos céus, tendo consumado o sacrifício perfeito em favor de todos que n'Ele creem. O Espírito Santo desceu sobre a igreja, habitando no coração dos crentes, os quais são, hoje, o Seu templo. Não há mais um lugar físico reservado à adoração divina, pois o Pai procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade.
 
Ao que parece, a Igreja Universal do Reino de Deus ignora essas verdades elementares. No dia 31 de julho foi inaugurado em São Paulo o “Templo de Salomão”, nova sede da IURD, uma réplica do edifício erguido em Israel durante a Antiga Aliança. Abrindo a cerimônia, um cortejo de homens com vestes semelhantes às dos sacerdotes israelitas trouxe até o templo uma imitação da arca da aliança. Elementos típicos do culto verotestamentário estavam em toda parte: candelabros de sete velas, estolas sacerdotais, etc. Todos os obreiros usavam barba, como era costume na antiga Israel. Enfim, o que eram apenas sombras da obra de Cristo já consumada, voltaram ao centro. O Sumo Sacerdote perfeito foi esquecido, em detrimento do extinto sacerdócio levítico. Voltou-se ao Antigo Testamento!
 
A cerimônia contou com a presença da Presidente da República Dilma Rousseff, do Vice-Presidente Michel Temmer, do Governador de São Paulo Geraldo Alckmin, do Prefeito de São Paulo Fernando Haddad, do Ministro do STF Marco Aurélio Melo, dentre outros. Autoridades constituídas, a quem devemos honrar, segundo a Bíblia. Mas, naquela ocasião específica, a participação de várias dentre as principais figuras públicas brasileiras, somada à suntuosidade da edificação e à pompa da cerimônia evidenciaram uma triste demonstração de poder pela IURD. Poder dos homens, não de Deus. Nada ali convidava os presentes ao quebrantamento, nada glorificava ao Senhor. A beleza de Cristo ficou de fora, e não poderia ser diferente. É impossível exaltar o Filho de Deus contrariando a Bíblia!
 
Não bastassem os absurdos teológicos mencionados e a grandiloquência do evento inaugural, há outro terrível agravante envolvendo o “Templo de Salomão”. A obra custou R$685.000.000,00 (seiscentos e oitenta e cinco milhões de reais!). Se considerarmos o custo médio mensal de três mil reais para o sustento digno de uma família de missionários (em alguns lugares, o custo de vida é mais alto, em outros, mais reduzido), o orçamento da nova sede da IURD possibilitaria a manutenção de 19.027 (dezenove mil e vinte e sete) famílias no campo missionário durante um ano inteiro. Ou de 3.805 (três mil, oitocentas e cinco) famílias durante cinco anos! “Para Deus deve-se fazer sempre o melhor”, alguns diriam. Infelizmente, uma réplica de templo verotestamentário não é o melhor, de maneira nenhuma. Mas, ainda que fosse outro edifício, adequado ao culto público da igreja, tamanho gasto numa só obra é um erro gravíssimo. A prioridade em qualquer denominação genuinamente evangélica precisa ser resgatar almas para Cristo, e não erguer edifícios.
 
O “Templo de Salomão” da IURD é prova inequívoca de que o meio evangélico vive uma crise. Falta discernimento, conhecimento bíblico, temor, humildade, amor a Deus, amor aos irmãos, compaixão pelos perdidos. Heresias, as mais diversas, correm soltas. O dinheiro é adorado, a contaminação dos valores mundanos é notória. Precisamos desesperadamente de um autêntico avivamento e do retorno à centralidade de Cristo e da Bíblia como única, inerrante e suficiente Palavra de Deus. Que o Senhor tenha compaixão de nós, trazendo restauração. Pois chegamos ao fundo do poço!

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A cultura decadente e a nossa omissão

Quando se fala em cultura, uma palavra surge de imediato em nossa mente: decadência. O declínio cultural é a realidade em muitas sociedades contemporâneas, e o Brasil não constitui uma exceção. É deplorável a qualidade na grande maioria das músicas, livros, novelas, filmes, revistas, programas de TV e outras manifestações culturais produzidas em nossos dias. Quanto à minoria restante – obras feitas com mais capricho – a contaminação dos valores mundanos, especialmente o apelo sexual, se faz presente em quase todas elas. Resta ao cristão pouquíssimo material digno de ser apreciado.
 
Entretanto, somos culpados por essa situação. Historicamente, o povo evangélico brasileiro tem se recusado a produzir cultura de qualidade. A mentalidade dominante em nossas igrejas sempre foi mais ou menos a seguinte: crente só lê a Bíblia, só ouve canções de louvor, só assiste a programas evangélicos e filmes com temas bíblicos, e assim por diante. “O mundo jaz no maligno” (isso é verdade, sem dúvida), então precisamos nos afastar do mundo. Evidentemente, temos o dever de nos mantermos puros, não colocando o que é mau diante de nossos olhos. Somos exortados à santidade, à separação do pecado. Fazemos bem em não consumir material sujo, repleto de tudo que ofende a Deus. Porém, agimos mal quando nos isolamos em nossas igrejas, deixando de oferecer a todos uma produção cultural diferente e melhor. Isso é omissão.
 
O evangélico brasileiro não compõe canções falando de amor, das paisagens exuberantes do nosso país, tampouco belas músicas instrumentais. Não escreve livros com histórias dignas de serem lidas. Não produz artes plásticas retratando com sensibilidade as obras do Criador. Não dirige filmes de qualidade, criativos, sem cenas imorais e chocantes. Provavelmente, se um crente manifestar disposição em fazer qualquer dessas coisas, seus próprios irmãos de fé o chamarão “desviado”, como se tudo o que não é explicitamente “evangélico” fosse pecado. Essa postura limitada e preconceituosa evidencia nossa falta de entendimento. Para um servo de Cristo, produzir cultura segundo os padrões vigentes de fato significaria desviar-se do Evangelho. Mas produzi-la para a glória de Deus é algo que o Senhor certamente espera de nós.
 
A Bíblia nos convoca a sermos luz para este mundo. Uma das formas de resplandecermos a luz de Cristo seria fazermos música, cinema, teatro, artes plásticas, literatura, dança e outras manifestações culturais que exaltassem ao Senhor, retratando algo de Sua majestade através de notas musicais, cores, formas, palavras e demais recursos que Ele próprio nos oferece. Enquanto os incrédulos exploram o pecado, usando-o como fonte de inspiração, nós revelaríamos a pureza, a justiça, a graça, o amor. Ao passo que os ímpios procuram despertar o pior do ser humano, nós nos empenharíamos em trazer à tona o que eleva o espírito. Dons e talentos, Deus bondosamente nos concede. Quem se habilita a utilizá-los nesse nobre propósito?