terça-feira, 30 de julho de 2013

Socialismo ou cristianismo?

O ser humano carrega na alma uma sede por justiça, ou melhor, por aquilo que entendemos ser justo. Alguns, é verdade, não demonstram esse anseio, e aparentemente fazem do acúmulo de bens o seu alvo, mesmo que à custa do sofrimento de muitos. Mas grande parte da humanidade ainda é capaz de se indignar diante de situações injustas e solidarizar-se com os injustiçados (pessoas vivendo na miséria, doentes sem acesso a tratamento médico adequado, cidadãos discriminados e humilhados). O socialismo marxista surgiu como uma resposta às mazelas deste mundo, seduzindo multidões com seu projeto para um mundo comunista.
 
O socialismo foi implantado em diversos países da Europa (Rússia e demais ex-repúblicas da U.R.S.S., Alemanha Oriental, Polônia, Romênia, etc), Ásia (China, Vietnã, Coreia do Norte, etc), América (Cuba) e até algumas experiências na África. Através de revoluções populares ou invasões militares estrangeiras, tomou-se o governo das mãos da classe dominante (burguesia e/ou oligarquia rural), passando-o aos representantes dos operários e camponeses. Economias foram completamente estatizadas, e a oposição, sumariamente exterminada.
 
Na prática, todos aqueles países vivenciaram um período de totalitarismo. Cada esfera da vida privada era ditada e controlada pelo Estado, o deus no marxismo, e não se podia pensar diferente, criticar, debater. A perseguição religiosa foi intensa, e o ateísmo, imposto à população, em maior ou menor medida conforme o país. Toda a produção humana (trabalho, pesquisa, artes, esportes, etc) serviam aos interesses estatais. É verdade que as políticas governamentais combatiam o desemprego, asseguravam moradia, facilitavam o acesso à escola, dentre outros benefícios. Porém, obtido o mínimo, era impossível ir além. O salário e as perspectivas profissionais do mais dedicado trabalhador de uma empresa (estatal, naturalmente) eram os mesmos de seu colega mais preguiçoso e desinteressado, portanto até o caráter igualitário do regime mostrava-se injusto. As conquistas dos grandes atletas e cientistas das nações socialistas exaltavam apenas aos seus governos. Não havia individualidade, projetos pessoais ou familiares, alegrias, esperanças ou expectativas, a menos que alguém se realizasse no Estado.
 
O socialismo fracassou miseravelmente, embora a fórmula de Karl Marx tenha sido implantada à risca. O colapso econômico experimentado por todos os países socialistas (exceto a China, que, sob a mão de ferro da ditadura, mudou-se gradualmente em economia capitalista), evidencia a falência daquele malfadado regime. Mas o fracasso não foi apenas econômico. As sociedades marxistas ruíram em corrupção, alcoolismo, prostituição e vários outros vícios, à medida que o povo infeliz daquelas nações buscava desesperadamente uma válvula de escape ao vazio de suas existências entediantes. Presos – literalmente, pois só era possível sair de lá com autorização do governo, em caso especialíssimos e por pouco tempo – sem Deus, sobrevivendo com o básico ou menos que isso, sonhavam com o fim de um pesadelo totalitário, o que, felizmente, já ocorreu, exceto em uns poucos lugares como a Coreia do Norte e Cuba.
 
O fato é que não há projeto humano ou ideologia que possa trazer justiça e redenção à humanidade. Os males sociais não têm origem em um grupo, seja a burguesia, latifundiários ou outro qualquer; a sociedade não se divide simplesmente em vítimas e algozes. Todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3:23), e o oprimido de hoje pode facilmente se tornar o opressor de amanhã. Toda dor, sofrimento e injustiça provêm do pecado, que é a recusa do ser humano em amar a Deus e ao próximo. Assumindo uma postura rebelde contra Deus e Seus valores bíblicos de justiça perfeita, logo o homem passa a cobiçar, roubar, matar e adulterar. Isso é fato comprovado em todas as tribos, povos e nações desde o princípio até hoje. Quem discorda, por favor, mostre-nos uma única exceção!
 
A redenção da humanidade somente se consumará quando o Reino de Deus se manifestar a nós, com a vinda de Cristo em glória. Mas até lá podemos sim, viver antecipadamente uma parte das bênçãos vindouras, à medida que nos rendemos a Cristo Jesus, reconhecendo-O como nosso Senhor e Salvador. Só então temos o perdão de nossos pecados, a paz e alegria duradoura, que não existem fora de Deus. E então, transformados pelo Espírito Santo, passamos a amar a reta justiça e odiar o pecado. Tornamo-nos instrumentos de graça, não mais de maldade e injustiça! Além disso, recebemos uma nova família, a Igreja de Cristo, na qual há comunhão em amor.
 
Sim, há mentirosos, hipócritas e gananciosos no meio da Igreja, e o Senhor Jesus nos alertou antecipadamente sobre os tais, chamando-os de “joio”. Existe também muita doutrina de homens, não bíblica, impura e nociva, misturada com a pura doutrina cristã expressa somente nas Escrituras. Mas há também um povo salvo por Deus, a verdadeira Igreja de Cristo, presente em diversas denominações cristãs espalhadas pelo mundo, e ali está a graça do Senhor, viva e presente. Só estes têm vida abundante, que governo nenhum pode proporcionar!
 
Você, meu amigo, minha amiga, que nos lê e tem procurado por uma vida melhor e uma sociedade mais justa, depositando sua esperança no socialismo, que hoje se apresenta sob nova roupagem (feminismo, luta pela legalização das drogas, movimento GLBTS, ateísmo militante, antissemitismo, etc), responda honestamente, para si mesmo(a): você já experimentou em seu coração uma paz e alegria duradoura, que não dependam das circunstâncias? Sabe o que é sentir-se pleno(a) sem a necessidade de nenhum estímulo externo, seja remédio, álcool, sexo, filme, música ou qualquer outro? Conhece o que é ser amado(a) e protegido(a) por algo maior que você, todos os dias? Se a sua resposta foi “não”, entenda que seus ideais socialistas nunca irão lhe proporcionar essas graças maravilhosas. O que você tanto anseia não pode ser conquistado pela força humana. Você precisa de Jesus Cristo! Procure conhece-Lo, leia a Bíblia, clame a Deus, busque-O de coração! Há um tesouro, algo realmente precioso pelo qual vale a pena viver; não se contente com nada menos do que isso! Que Deus o(a) abençoe nessa busca!

terça-feira, 23 de julho de 2013

Ingratidão e idolatria

Em Jeremias 2:1-8, a Bíblia nos conta uma história de ingratidão. O povo israelita, a quem o Senhor amou e libertou da opressão no Egito, conduzindo-os de modo maravilhoso pelo deserto até Canaã, a terra prometida, esqueceu-se de Deus, voltando-se para os ídolos. Aquela mesma gente que experimentou o cuidado e a fidelidade divina, que derrotou inimigos mais fortes do que eles em circunstâncias milagrosas, logo se encheu de soberba. Imaginaram não depender mais da graça do Altíssimo, julgaram-se autossuficientes. A idolatria, que significa adorar obras das próprias mãos, foi o passo seguinte, a consequência natural. Ídolo é criação humana, é o homem adorando a si mesmo, através de um deus que lhe seja conveniente.
 
O ocidente “cristão” tem vivenciado o mesmo processo. Sendo gentios, fomos alcançados pela graça divina, por meio de Jesus Cristo. Deus nos fez Seu povo, e passamos a viver como Igreja, tendo a Sua Palavra como guia. Em diversas épocas o Senhor nos repreendeu, quando O negligenciávamos, fabricando nossos ídolos. Mas era correção amorosa, para o nosso bem, pois o Criador e Sustentador do universo sabe que, sem Ele, não iríamos longe. Ao mesmo tempo, Deus sempre nos chamava de volta, erguendo profetas, produzindo avivamentos, despertando-nos outra vez.
 
Hoje, vivemos em um tempo de tecnologia e conforto sem precedentes, num progresso que, além de ser favor divino, deve muito ao cristianismo (basta ver o grande número de universidades de origem cristã). E, mais uma vez, a soberba encheu-nos, e passamos a atribuir à nossa própria capacidade toda a fartura que possuímos. Por isso, quanto mais rica a nação, mais evidente é o processo de secularização. A cultura norte-americana e a europeia abraçam valores anticristãos, tais como o aborto, a eutanásia, a pornografia, o consumismo exacerbado e tantos outros, e nós, brasileiros, os seguimos de perto, como também o fazem outros povos latino-americanos.
 
Somos idólatras. Esquecemo-nos de Deus, e de como fomos até aqui sustentados e guardados por Ele. Nossos valores não são bíblicos, e nisso incluímos grande parte dos cristãos professos, frequentadores de igrejas. Não existe a preocupação de se viver conforme as Escrituras em todas as áreas da vida, a não ser em um grupo restrito de crentes. Adoramos ao Senhor com os lábios, e, contudo, tomamos para nós os ídolos de uma cultura secular pós-cristã e anticristã (o deus sexo, o deus dinheiro, etc), cultura esta incompatível com os valores do Reino de Deus. Também era assim em Israel e Judá, onde o povo adorava ao Senhor Jeová e a Baal ao mesmo tempo. E Deus rejeitava esse culto duplo, esse “coxear entre dois pensamentos”, como certamente rejeita o nosso!
 
Somos ingratos. Nossa ingratidão se torna flagrante quando desprezamos as instruções de Deus, julgando-nos mais sábios que a Bíblia, donos de nós mesmos, capazes de criar uma sociedade mais justa do que aquela planejada pelo Autor da vida. Essa ingratidão salta aos olhos, ao decidirmos que o consumismo é melhor que a moderação; a sensualidade, mais interessante que o pudor; a bebedeira e as drogas, melhores que a sobriedade; o aborto e a eutanásia, mais corretos que a valorização da vida; a sexualidade desregrada e sem limites, mais adequada que o casamento heterossexual e monogâmico; o enriquecimento imediato, melhor que o trabalho diligente e honesto; o feminismo (negação de QUALQUER diferença entre os sexos), mais virtuoso que os papeis bíblicos do homem e da mulher. Em tudo isso, rejeitamos Deus, o Seu Reino e a Sua justiça, enquanto desfrutamos de tantos bens e favores que Ele, graciosa e pacientemente, continua nos concedendo.
 
É hora de reavaliarmos nossas crenças e valores e nos arrependermos de nosso conformismo com o presente século, voltando-nos para Deus e Seus princípios imutáveis expressos nas Escrituras. Tenhamos consciência de quem o Senhor é, reconheçamos a Sua maravilhosa graça manifestada a nós em Cristo, pois este é o primeiro passo indispensável. E então, comparemos a beleza de Cristo com a futilidade e fugacidade dos ídolos contemporâneos. Quando atentarmos para essas verdades, louvaremos ao Senhor com corações jubilosos e cheios de gratidão, rejeitando como lixo tudo que ofende ao Seu caráter santo. Clamemos a Deus que, por Sua imensa bondade, abra os nossos olhos e nos restaure para Ele outra vez!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Eta Linnemann – Um testemunho da graça de Deus

Se pensássemos em termos de lógica humana, a teóloga alemã Eta Linnemann (1926 – 2009) jamais se tornaria uma crente autêntica, tampouco uma defensora da inerrância bíblica. Nascida e criada no seio da Igreja Luterana da Alemanha, durante a infância frequentava uma pequena comunidade, precariamente atendida por jovens pastores iniciantes, e na adolescência teve aulas de confirmação com um ministro o qual, segundo a própria Eta, “não era nascido de novo”. Ao final da Segunda Guerra Mundial, profundamente insatisfeita com a frieza na igreja da qual era membro, a jovem Eta Linnemann teve seu primeiro contato com um pastor verdadeiramente crente, que lhe falou sobre conversão. Aquele ensino a despertou para o Evangelho, levando-a a ler a Bíblia diariamente, e logo sentiu desejo de estudar Teologia. Com isso, matriculou-se na Universidade de Marburg, onde vivenciou experiências que afetariam radicalmente a sua vida.
 
Marburg significava Rudolf Bultmann”, conforme ela mais tarde sintetizou. O pensamento de Bultmann, famoso teólogo da neo-ortodoxia (na verdade, neoliberalismo) que rompera com Karl Barth, imperava naquela Universidade, como em muitas na Alemanha. Ou, em outros termos, ali reinava o método histórico-crítico de interpretação bíblica, e naquele ambiente Eta Linnemann teve sua formação teológica, sendo aluna dos mais renomados teólogos adeptos desta corrente interpretativa, notavelmente liberal. Um momento marcante para a jovem aluna foi a aula em que o próprio Rudolf Bultmann, comentando 1Coríntios 15:3-4 (“que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”), afirmou: “aqui, Paulo não está no normal de sua teologia, porque está falando da ressurreição de Jesus Cristo como se fosse um fato histórico”. Com tais palavras, o mestre procurava retirar do coração de Eta e demais alunos a crença na ressurreição do Senhor Jesus! Nos anos seguintes, os teólogos de Marburg, incluindo Bultmann, desconstituíram o ensino sobre vários outros pontos cruciais das Escrituras, afirmando claramente que diversas passagens eram mitos, ou adições indevidas de homens motivados por questões particulares de sua época e circunstância histórica. O lema era “ler a Bíblia como se Deus não existisse”!
 
Eta Linnemann foi aluna brilhante, concluindo seu doutorado sob a orientação de Rudolf Bultmann, tendo como tema uma crítica no Evangelho de Marcos, e em seguida tornou-se professora de Teologia, vindo a ser admitida na seleta Sociedade para Estudos do Novo Testamento, organização composta por destacados teólogos de orientação liberal. Porém, diante de um aparente sucesso, a teóloga Eta vivia em crescente frustração, convencida de que todo o seu estudo não a conduzira ao Senhor, nem sequer tinha utilidade na pregação do Evangelho. Então, ainda em Marburg, orientando alunos nas dissertações de conclusão de curso, teve o coração novamente aquecido ao ler a tese de um aluno que relatava milagres recentes acontecidos em igrejas na África. Como foi estarrecedora aquela notícia, para uma mulher que já não acreditava em milagres!
 
Alguns meses depois, ministrando em uma turma na qual alguns realmente demonstravam evidências de conversão, a professora Eta foi surpreendida com a notícia de que um pequeno grupo de alunos começara a orar por ela. Pouco depois, diante de insistentes convites de alunos para que participasse de reuniões de oração, Eta Linnemann compareceu a um desses encontros, onde percebeu um claro mover de Deus, que ela reconheceu como sendo a realidade da justificação pela fé em Cristo. Ela continuou frequentando reuniões como aquela, cada vez mais tocada pela mensagem da graça de Deus, até que, numa delas, diante do apelo feito pelo ministrante, para que, se alguém desejasse entregar a vida a Jesus, erguesse a mão, Eta percebendo a voz do Senhor, converteu-se ali mesmo. E, sinceramente arrependida de toda a sua experiência como teóloga bultmanniana adepta do método histórico-crítico, uma Eta Linnemann já convertida e totalmente transformada passou a frequentar a Escola Bíblica Dominical de uma igreja cristã, como aluna, com outros crentes de dezesseis a setenta anos de idade, disposta a aprender as verdades fundamentais do Evangelho!
 
Eta Linnemann foi expulsa da Sociedade para Estudos do Novo Testamento, o grupo de intelectuais de cunho liberal da Alemanha. Mas não deixou de ser professora universitária de Teologia. Desde sua conversão, a teóloga Eta, crente em Cristo Jesus, passou a defender a veracidade, confiabilidade e inerrância das Escrituras, tendo como um de seus alunos de doutorado o Rev. Augustus Nicodemus Lopes, pastor, professor e teólogo brasileiro igualmente defensor da supremacia bíblica. Além disso, Eta Linnemann escreveu livros nos quais reafirma a inerrância da Bíblia e contesta o método histórico-crítico. Duas de suas obras foram lançadas em português pela Editora Cultura Cristã: “A crítica bíblica em julgamento” e “Crítica histórica da Bíblia”.
 
A história de Eta Linnemann é um poderoso testemunho da graça de Deus e do poder do Evangelho para a salvação de pecadores. Desde a infância, frequentando uma denominação fria, burocrática, onde se vivia um cristianismo meramente formal, passando por uma escola de Teologia que, sem exagero, poderia ser descrita como um cemitério da fé cristã, esta mulher de Deus trilhou caminhos errantes, mesmo em um meio teoricamente cristão. Foi tentada em seu ego, o que é uma das mais formas de tentação mais perigosas e difíceis de se resistir. Tudo indicava que seria mais uma famosa e arrogante teóloga liberal, cercada por admiradores, aplaudida entre os intelectuais alemães e destinada à condenação eterna. Mas, pela sublime bondade do Senhor, tornou-se crente e fervorosa defensora da Palavra de Deus. Glórias sejam dadas ao Todo-Poderoso, que nos surpreende com Sua maravilhosa graça!
 
Fonte: “Testemunho de Eta Linnemann”, disponível em: http://mcapologetico.blogspot.com.br/2010/08/testemunho-de-eta-linnemann.html. “Augustus Nicodemus - O dilema do método histórico-crítico”. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Gvd2heRgGZs.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Pastores liberais, ovelhas dispersas

Qual é a razão que leva um ser humano a buscar Jesus Cristo? Essa não é uma pergunta de fácil resposta, mas poderíamos citar como possíveis causas a percepção da impotência humana frente aos males deste mundo, uma noção acerca das graves consequências do pecado, o anelo por paz e reconciliação com o Criador, a busca por um auxílio maior e duradouro, dentre outras. Na verdade, é o próprio Deus quem gera no homem o quebrantamento necessário, levando-o a clamar pelo Nome de Jesus. Todos os que vêm a Cristo o fazem motivados por questões espirituais elevadas, ainda que a princípio tenham pouca consciência disso.
 
Imaginemos que determinada pessoa, tomada por preocupações e anseios que o mundo não pode solucionar, e até desiludida com os falsos e traiçoeiros encantos mundanos, decidiu visitar uma igreja cristã. Essa pessoa já ouviu ou leu um pouco sobre a (verdadeira) mensagem do Evangelho, e percebeu nele algo novo, maravilhoso, sentindo-se cativada. Logo de início, descartou a possibilidade de buscar ajuda no catolicismo romano, pois, tendo sido criada naquela religião, tem consigo somente uma certeza, a de que a graça de Deus não se encontra na Igreja Católica Romana, a soberba denominação que se diz detentora exclusiva das chaves do Reino dos Céus. Além disso, sabe por experiência própria que, no catolicismo popular, Cristo é somente mais um, ao lado de milhares de santos e abaixo de Maria. Não, essa pessoa anela em conhecer o Messias, Filho do Deus vivo! E, por ouvir falar que nas igrejas evangélicas toda adoração é focada em Jesus, decidiu conhecer uma. O que ela nem imagina é que escolheu visitar uma denominação cujos pastores são ligados ao liberalismo teológico, em suas múltiplas facetas (neo-ortodoxia, teologia da libertação, etc).
 
Ao contrário das denominações calvinistas tradicionais, que afirmam claramente suas doutrinas fundamentais (os “cinco solas” e as confissões reformadas), ou das pentecostais, que divulgam abertamente sua crença na contemporaneidade dos dons do Espírito Santo, ou mesmo das neopentecostais, que expõem em faixas e enormes cartazes suas vergonhosas doutrinas de prosperidade, as igrejas liberais jamais declaram abertamente seus postulados. Deveriam, mas não o fazem. Com isso, alguém sedento da graça de Deus adentra num templo de denominação liberal, buscando um encontro com Cristo.
 
A celebração, em muitas coisas, se assemelha à de outras igrejas: cânticos, orações, leitura bíblica. A pregação não é empolgante, mas o ambiente por si só traz uma certa paz e consolo para quem teve experiências frustrantes lá fora. A simpatia e boa receptividade do pastor da pequena igreja é outra grata surpresa. E a ausência de imagens e outros objetos de idolatria é um bálsamo para quem foi criado no romanismo (só ex-católicos romanos, salvos por Cristo, têm ideia do que estamos falando!). Com isso, aquela pessoa continua frequentando os cultos.
 
E assim, a cada domingo, uma doutrina ímpia é, pouco a pouco, despejada em ouvidos e coração ingênuos, como veneno em conta-gotas. Lançam-se dúvidas quanto aos milagres de Jesus, Seu nascimento como obra extraordinária do Espírito Santo, Sua gloriosa ressurreição e segunda vinda iminente. A Bíblia é questionada como livro machista e homofóbico. O sobrenatural é tratado como superstição de tolos. Promove-se o ecumenismo como se fosse expressão da mais autêntica vontade de Deus. Mas, que Deus? Naquela igreja, fala-se tão pouco sobre Ele!
 
E o pecado? Ah, ali não se usa o termo “pecado”, nem esporadicamente! As desigualdades sociais típicas do capitalismo são atacadas com clareza enfática, e há uma preocupação em se promover obras sociais em asilos, creches e locais semelhantes, o que é algo nobre e importante. Mas cada um parece ser livre para frequentar os ambientes que bem entender, relacionar-se com quem e da forma que lhe parecer melhor. E quanto a anjos e demônios, isso parece ser assunto tacitamente proibido. Assim como qualquer menção a céu ou inferno, salvação ou condenação.
 
Com o tempo, aquela pessoa que um dia decidiu procurar uma igreja genuinamente cristã, deixa de frequentar os cultos. Desiludida, cheia de dúvidas, cansada de ouvir doutrina socialista misturada com um falso cristianismo não bíblico, despido de espiritualidade, frio, estéril. A sede por um encontro com o Deus vivo permanece, até porque jamais foi saciada. Haverá uma segunda chance? Provavelmente sim, pois o amor do Senhor é grande, e há de ser revelado àquela alma abatida. Mas, e quanto aos pastores daquela denominação morta? Homens e mulheres que se dispuseram a abraçar o ministério pastoral, mesmo sendo, no seu íntimo, agnósticos. Que continuam, domingo após domingo, discursando a partir de textos bíblicos, embora não creiam nos mesmos textos. E, seja no púlpito, em visitas aos membros ou no gabinete pastoral, levam a incredulidade e o desprezo pela santificação a tantas almas. Qual será o custo eterno dessa obra ímpia?
 
Você, pastor ou pastora de orientação liberal, que não crê na inerrância das Escrituras e duvida dos pontos mais básicos do cristianismo tradicional, preste atenção: repense a sua escolha ministerial! A Bíblia expressamente o(a) adverte que você há de enfrentar mais duro juízo e terá que prestar contas ao Senhor Jesus de cada ovelha entregue em suas mãos, e, embora você não creia nessas exortações, considere, por amor de sua alma, a possibilidade de você estar errado(a). Sua sensibilidade frente a questões sociais pode ser muito útil em diversos ramos profissionais, como a medicina sanitarista, serviço social, educação, pedagogia, psicologia, odontologia pública, terapia ocupacional e política, só para citar alguns. Você tem talentos que o(a) qualificam a servir à sociedade de modo exemplar! Mas saiba que você não deveria pregar o Evangelho, a menos que venha a fazê-lo em temor e tremor! Reflita nessas palavras, para o sem bem eterno. Não se faça um instrumento de dispersão das ovelhas de Cristo!













Imagem disponível em: www.creiaemjesus.com.br

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Uma nação que se orgulha no pecado

"O aspecto do seu rosto testifica contra eles; e, como Sodoma, publicam o seu pecado e não o encobrem. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos" (Isaías 3:9)
 
O capítulo 3 do livro de Isaías descreve a terra de Judá prestes a ser abatida pelo SENHOR, por terem se multiplicado as iniquidades dos líderes, da elite e até mesmo do povo humilde. Em alguns pontos, a situação descrita pelo profeta nos lembra o contexto em que vivemos hoje (violência, exploração econômica, altivez da classe dominante, idolatria generalizada, etc); em outros, há notáveis diferenças. Uma das semelhanças entre a Judá daquela época e o Brasil de hoje é descrita no versículo 9. Como nos tempos de Isaías, nossa gente peca às claras, orgulhosamente, sem a mínima vergonha, ostentando e defendendo seu pecado predileto
 
Em nosso país, o pecado é publicado nos carnavais, pré-carnavais e carnavais temporãos, por um povo que se embriaga exibindo garrafas e latas de cerveja como troféus. Em conversas nos corredores de escolas e mesas de bares, por escarnecedores que se vangloriam em contar suas fornicações e as dos outros. Nas paradas do "orgulho gay”, onde o motivo de orgulho é viver o extremo oposto do casamento bíblico o qual ilustra a união mística entre Cristo e a Igreja. Nas marchas pela legalização da maconha, promovidas por estudantes universitários de classe média, que ocupam as ruas defendendo seu estilo de vida ocioso e irresponsável aos gritos, quando deveriam estar na sala de aula. Nos estádios de futebol, onde até o coro das torcidas transborda violência e linguajar torpe.
 
É publicado nas revistas eróticas, em ensaios fotográficos de mulheres famosas, que exibem a nudez de seus corpos, os quais deveriam ser apreciados unicamente pelos maridos delas. Nas telenovelas, que constroem audiência com base em temas inescrupulosos, tais como adultérios, corrupção, chantagens e prostituição. Em shows, teatros, filmes e exposições de arte, cada qual tentando superar o padrão de imoralidade vigente. Nos programas de humor que, incapazes de promover diversão criativa, apelam para a baixaria, trazendo à tona o pior do ser humano. Nas entrevistas divulgadas na TV, jornais e revistas, por entrevistadores que não têm vergonha de fazer perguntas sobre intimidade sexual, aborto, drogas e outros temas delicados, a entrevistados que, com naturalidade, respondem contando abertamente seus podres.
 
O povo brasileiro não somente peca, mas o faz explicitamente, sem receio, e até mesmo vangloriando-se em pecar. Não se consideram indecorosas todas essas práticas, e tantas outras que nem citamos. Ao contrário, vergonhoso é não pecar, segundo o senso comum. O pré-adolescente que não sai beijando menininhas nas festas, a moça que se mantém pura até o casamento, o jovem que não bebe, o profissional que não participa de conversas maldosas com seus colegas de trabalho; estes é que são zombados e malvistos, numa sociedade de valores invertidos.
 
Infelizmente, o pecado é inerente à natureza humana. A Bíblia nos assegura que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23), “pois não há homem que não peque” (2Crônicas 6:36), e “se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1João 1:8). Porém, o pecado é um mal, e deve ser combatido, não estimulado. Precisamos evitá-lo, e não o colocarmos diante de nossos olhos. Nossa sociedade perdeu toda noção de decência, e com isso está atraindo juízo de Deus para si. Mas nós, que cremos em Jesus Cristo e O confessamos como Senhor, temos o dever de nos distinguirmos radicalmente dessa geração perversa!
 
Portanto, haja em nós o pudor, a sobriedade e moderação! Sejam refletidas as palavras de nossa boca, e nossos pés não pisem ambientes impróprios; nossas irmãs em Cristo vistam-se decentemente, jamais atraindo olhares maliciosos para seus corpos; sejamos seletivos ao escolher filmes, CDs musicais, leituras e programas televisivos, rejeitando tudo que possa nos contaminar! Travemos uma luta feroz contra o pecado em nosso viver cotidiano! Que o Senhor nosso Deus nos dê graça de crescermos a cada dia na semelhança de Seu bendito Filho! E então seremos luz em nossos dias, para a glória d’Aquele que nos resgatou das trevas!

terça-feira, 2 de julho de 2013

A culpa é do governo!!!

Nos tempos em que Jô Soares mantinha um programa humorístico, havia umde seus personagens que, diante de qualquer problema e em toda situação, automaticamente bradava: “a culpa é do governo!”. É interessante essa postura, de lançar sempre a culpa no outro, especialmente naqueles que ocupam posições de autoridade, e mais ainda na liderança política, eximindo-se assim de sua própria parcela de responsabilidade.
 
Ao que tudo indica, essa triste síndrome impera entre os manifestantes que há várias semanas têm tomado as ruas – e agora, as estradas – do nosso país, protestando contra tudo, o que inclui queixas legítimas e universais, reivindicações particulares de cada grupo e até propostas inexequíveis ou aberrantes. Pois parece existir entre eles uma crença generalizada de que, se o governo quisesse, traria o paraíso à terra, erradicando toda espécie de mazelas desse Brasil. Por isso, a culpa só pode ser do governo!
 
Não nos interessa defender aqui nenhum prefeito, governador de Estado ou a presidente da República, como não pretendemos atacar nenhum deles. É certo de que nossos governantes cometem falhas, uns mais, outros menos, e também acertam, uns pouco, outros bastante. Tampouco é de nosso interesse retirar da população o direito de protestar pacificamente, pois a democracia é um bem a ser defendido e preservado. Se bem que nem todos têm sido pacíficos nos recentes protestos; alguns, ao contrário, não passam de vândalos criminosos, embora, felizmente, sejam minoria. Mas, como crentes, precisamos afirmar claramente que a própria sociedade brasileira está doente, e o mal que a domina não pode ser curado por nenhum político.
 
Nosso país sofre com uma multidão de desonestos, pobres ou ricos, que em tudo querem levar vantagem, usufruindo ilicitamente e às escondidas daquilo que não é seu, seja um simples lugar numa fila ou rios de dinheiro desviados da saúde pública. Padece com um sem-número de usuários de drogas, os quais se degradam e se fazem parceiros do crime, alimentando a gigantesca indústria do tráfico de entorpecentes, quando não se tornam eles mesmos criminosos, ao perderem toda noção de certo e errado pelo efeito devastador das drogas em seu caráter. Geme com milhões de lares destruídos por adultério, violência doméstica e outros males, tendo crianças indefesas como principais vítimas. Agoniza diante de uma cultura de pornografia, que impera na TV, nos bailes e em tantas manifestações populares, escravizando multidões e gerando os frutos mais vis.
 
O Brasil está enfermo, porque nesta nação Jesus Cristo não é reconhecido como Senhor. Embora as estatísticas apontem algo próximo de cinquenta milhões de “evangélicos”, a verdade é que, dentre esse grupo, apenas uma pequena parcela crê e vive o Evangelho. Pois ser crente significa ter temor no coração. Os filhos do Deus vivo procuram trabalhar e ganhar seu dinheiro honestamente, fazendo o bem através de seu trabalho. Pagam suas contas em dia, e, caso, por um problema externo, caiam em dívidas, empenham-se em quitá-las. Dominam os maus impulsos da carne, rejeitando a pornografia e o adultério. Sendo da sua parte, vivem em paz com todos os homens. Abominam a mentira e toda forma de trapaça. Repudiam os vícios, sejam jogos, álcool, drogas ou quaisquer outros. Fogem de ambientes de violência e promiscuidade. Não sonegam impostos. E, quando pecam (pois não há quem não peque), logo se arrependem, pedem perdão a Deus e, quando necessário, ao próximo, buscando prontamente abandonar seu erro. Não são melhores do que ninguém, mas a ação do Espírito Santo em seus corações os capacita a adotar esse estilo de vida santo.
 
Nós, crentes em Cristo Jesus, também sonhamos com um país melhor para se viver. Desejamos a graça de podermos andar nas ruas tranquilamente, sem risco de nos depararmos com criminosos violentos, dispostos a matar por uma pedra de crack. Ansiamos por escolas e hospitais públicos de excelente qualidade, emprego para todos, salários dignos. Queremos meios de comunicação livres de baixarias, e programação saudável e inteligente para toda a família. Dobremos então nossos joelhos, e clamemos a Deus que, por Sua tão grande misericórdia, traga a esta terra um avivamento bíblico, com dezenas de milhões de conversões genuínas! E não deixemos de dar bom testemunho, combater as heresias que só depõem contra a Igreja, zelar pela pureza doutrinária. Quanto à política, que tenhamos discernimento, votemos conscientemente e manifestemos nossa opinião dentro da lei e ordeiramente; certos, porém, de que governantes podem apenas implementar bons programas e medidas adequadas, mas jamais trarão os novos valores indispensáveis à nossa sociedade.