terça-feira, 9 de julho de 2013

Pastores liberais, ovelhas dispersas

Qual é a razão que leva um ser humano a buscar Jesus Cristo? Essa não é uma pergunta de fácil resposta, mas poderíamos citar como possíveis causas a percepção da impotência humana frente aos males deste mundo, uma noção acerca das graves consequências do pecado, o anelo por paz e reconciliação com o Criador, a busca por um auxílio maior e duradouro, dentre outras. Na verdade, é o próprio Deus quem gera no homem o quebrantamento necessário, levando-o a clamar pelo Nome de Jesus. Todos os que vêm a Cristo o fazem motivados por questões espirituais elevadas, ainda que a princípio tenham pouca consciência disso.
 
Imaginemos que determinada pessoa, tomada por preocupações e anseios que o mundo não pode solucionar, e até desiludida com os falsos e traiçoeiros encantos mundanos, decidiu visitar uma igreja cristã. Essa pessoa já ouviu ou leu um pouco sobre a (verdadeira) mensagem do Evangelho, e percebeu nele algo novo, maravilhoso, sentindo-se cativada. Logo de início, descartou a possibilidade de buscar ajuda no catolicismo romano, pois, tendo sido criada naquela religião, tem consigo somente uma certeza, a de que a graça de Deus não se encontra na Igreja Católica Romana, a soberba denominação que se diz detentora exclusiva das chaves do Reino dos Céus. Além disso, sabe por experiência própria que, no catolicismo popular, Cristo é somente mais um, ao lado de milhares de santos e abaixo de Maria. Não, essa pessoa anela em conhecer o Messias, Filho do Deus vivo! E, por ouvir falar que nas igrejas evangélicas toda adoração é focada em Jesus, decidiu conhecer uma. O que ela nem imagina é que escolheu visitar uma denominação cujos pastores são ligados ao liberalismo teológico, em suas múltiplas facetas (neo-ortodoxia, teologia da libertação, etc).
 
Ao contrário das denominações calvinistas tradicionais, que afirmam claramente suas doutrinas fundamentais (os “cinco solas” e as confissões reformadas), ou das pentecostais, que divulgam abertamente sua crença na contemporaneidade dos dons do Espírito Santo, ou mesmo das neopentecostais, que expõem em faixas e enormes cartazes suas vergonhosas doutrinas de prosperidade, as igrejas liberais jamais declaram abertamente seus postulados. Deveriam, mas não o fazem. Com isso, alguém sedento da graça de Deus adentra num templo de denominação liberal, buscando um encontro com Cristo.
 
A celebração, em muitas coisas, se assemelha à de outras igrejas: cânticos, orações, leitura bíblica. A pregação não é empolgante, mas o ambiente por si só traz uma certa paz e consolo para quem teve experiências frustrantes lá fora. A simpatia e boa receptividade do pastor da pequena igreja é outra grata surpresa. E a ausência de imagens e outros objetos de idolatria é um bálsamo para quem foi criado no romanismo (só ex-católicos romanos, salvos por Cristo, têm ideia do que estamos falando!). Com isso, aquela pessoa continua frequentando os cultos.
 
E assim, a cada domingo, uma doutrina ímpia é, pouco a pouco, despejada em ouvidos e coração ingênuos, como veneno em conta-gotas. Lançam-se dúvidas quanto aos milagres de Jesus, Seu nascimento como obra extraordinária do Espírito Santo, Sua gloriosa ressurreição e segunda vinda iminente. A Bíblia é questionada como livro machista e homofóbico. O sobrenatural é tratado como superstição de tolos. Promove-se o ecumenismo como se fosse expressão da mais autêntica vontade de Deus. Mas, que Deus? Naquela igreja, fala-se tão pouco sobre Ele!
 
E o pecado? Ah, ali não se usa o termo “pecado”, nem esporadicamente! As desigualdades sociais típicas do capitalismo são atacadas com clareza enfática, e há uma preocupação em se promover obras sociais em asilos, creches e locais semelhantes, o que é algo nobre e importante. Mas cada um parece ser livre para frequentar os ambientes que bem entender, relacionar-se com quem e da forma que lhe parecer melhor. E quanto a anjos e demônios, isso parece ser assunto tacitamente proibido. Assim como qualquer menção a céu ou inferno, salvação ou condenação.
 
Com o tempo, aquela pessoa que um dia decidiu procurar uma igreja genuinamente cristã, deixa de frequentar os cultos. Desiludida, cheia de dúvidas, cansada de ouvir doutrina socialista misturada com um falso cristianismo não bíblico, despido de espiritualidade, frio, estéril. A sede por um encontro com o Deus vivo permanece, até porque jamais foi saciada. Haverá uma segunda chance? Provavelmente sim, pois o amor do Senhor é grande, e há de ser revelado àquela alma abatida. Mas, e quanto aos pastores daquela denominação morta? Homens e mulheres que se dispuseram a abraçar o ministério pastoral, mesmo sendo, no seu íntimo, agnósticos. Que continuam, domingo após domingo, discursando a partir de textos bíblicos, embora não creiam nos mesmos textos. E, seja no púlpito, em visitas aos membros ou no gabinete pastoral, levam a incredulidade e o desprezo pela santificação a tantas almas. Qual será o custo eterno dessa obra ímpia?
 
Você, pastor ou pastora de orientação liberal, que não crê na inerrância das Escrituras e duvida dos pontos mais básicos do cristianismo tradicional, preste atenção: repense a sua escolha ministerial! A Bíblia expressamente o(a) adverte que você há de enfrentar mais duro juízo e terá que prestar contas ao Senhor Jesus de cada ovelha entregue em suas mãos, e, embora você não creia nessas exortações, considere, por amor de sua alma, a possibilidade de você estar errado(a). Sua sensibilidade frente a questões sociais pode ser muito útil em diversos ramos profissionais, como a medicina sanitarista, serviço social, educação, pedagogia, psicologia, odontologia pública, terapia ocupacional e política, só para citar alguns. Você tem talentos que o(a) qualificam a servir à sociedade de modo exemplar! Mas saiba que você não deveria pregar o Evangelho, a menos que venha a fazê-lo em temor e tremor! Reflita nessas palavras, para o sem bem eterno. Não se faça um instrumento de dispersão das ovelhas de Cristo!













Imagem disponível em: www.creiaemjesus.com.br

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