quarta-feira, 28 de março de 2012

Refletindo sobre a idolatria

“Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima, nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto” (Ex 20:4-5a).

Calvino já dizia que o coração humano é uma fábrica de ídolos, e que todos nós somos, por natureza, especialistas em inventar novos ídolos. Quando alguém dirige a um objeto ou a uma pessoa um tratamento que deveria ser dirigido somente a Deus, esse alguém possui um ídolo.

Explicando melhor; se alguém ama um objeto ou pessoa, com um amor tal que só Deus deveria receber, isso é idolatria. Mas não é só isso. Confiar em algo ou alguém, em excesso, é idolatria. Temer algo ou alguém, excessivamente, é idolatria. Essas coisas podem ser muito sutis, e passarem desapercebidas por nós.

Um exemplo claro e inquestionável de idolatria é alguém se prostrar diante de uma escultura, beijá-la, dirigir-lhe petições. Ainda que nessa imagem esculpida se pretenda representar a pessoa de Cristo (neste texto, não entraremos em detalhes quanto ao erro que é tentar retratar nosso glorioso Senhor numa figura humana)! Outro caso típico de idolatria é amar, honrar e confiar em Maria da forma como os católicos romanos o fazem, com um zelo igual ou maior do que prestam a Deus. Não lhes basta tê-la como exemplo de fé, humildade e obediência ao Senhor, procurando imitá-la. Vão além, chamando-a de Senhora, rainha, imaculada, corredentora, intercessora, e outras honrarias que somente o Senhor Jesus é digno de receber.

Mas, e quanto à idolatria no meio evangélico? Há membros de igrejas que acolhem toda e qualquer palavra proferida pelo seu bispo ou “apóstolo” como sendo verdade, mesmo contrariando o ensino bíblico. Isso é idolatria! Existem evangélicos que viajam centenas de quilômetros, somente para assistir a um culto dirigido por um certo “homem de Deus”, crendo que a oração daquele homem irá curar enfermidades. Isso é idolatria, é confiar excessivamente num ser humano!

E o que dizer da prática de se carregar toalhinhas, tomar banho com sabonete de arruda ou guardar em casa rosas, sal grosso, garrafas com água do rio Jordão e outros objetos distribuídos durante os cultos? Depositar confiança nesses objetos, crendo que eles trarão bênçãos ou livramento para quem os guarda, é idolatria. Não existe diferença nenhuma entre o católico romano que carrega um crucifixo, como um amuleto para se proteger do mal, e um evangélico que traz no bolso um lenço ou toalhinha, com o mesmo objetivo de se proteger. Mudou o tipo de objeto, mas não houve mudança no coração.

O mandamento de não termos imagens de escultura e não nos prostrarmos diante de tais imagens, é bem mais profundo do que muitos imaginam. A vontade de Deus é que O amemos e n’Ele confiemos inteiramente, livrando-nos de tudo que representa empecilho para a verdadeira adoração. Que o Senhor nos dê a graça de entendermos esta verdade!

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