sexta-feira, 18 de julho de 2014

Como começa um avivamento

Um dos maiores anelos da igreja nestes dias é experimentar um grande avivamento. Pregadores tratam do tema insistentemente, denominações se mobilizam, congressos são organizados, livros são publicados, canções são escritas, enfim, tudo é feito na expectativa de um tremendo mover do Espírito Santo. Mas o avivamento não vem. Alguns até tentam fabricá-lo, promovendo encenações e manifestações estranhas, fingindo que o fogo dos céus caiu. Mas é fato incontestável que nossa geração nunca vivenciou um autêntico despertamento espiritual. Onde temos falhado?
 
De início, devemos considerar a soberania de Deus. O Senhor é quem concede avivamentos onde e quando Lhe apraz, para o bem de um povo, restauração da Sua igreja e glória do Seu Nome. Porém, nossa falha e fracasso tem sido negligenciar um princípio fundamental, claramente exposto nas Escrituras, de que todo mover do Espírito começa com arrependimento e confissão de pecados. Ainda que a obra tenha início no coração de um homem, alcançando outras pessoas posteriormente, até atingir multidões. Quem deseja ver um grandioso despertamento espiritual acontecer precisa, antes, abominar o pecado – inclusive o que habita em seu próprio coração – e se humilhar diante da majestade de Deus. Vejamos três exemplos desta verdade na Palavra do Senhor.
 
O reinado de Josias. No capítulo 22 de 2Reis, lemos o episódio em que o escrivão Safã veio até o rei Josias, trazendo consigo o livro da lei que havia sido encontrado no templo. Ao lê-lo, Josias rasgou suas vestes e deu a seguinte ordem ao sacerdote Hilquias, a Safã e alguns de seus servos: “Ide e consultai o SENHOR por mim, pelo povo e por todo o Judá, acerca das palavras deste livro que se achou; porque grande é o furor do SENHOR que se acendeu contra nós, porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro, para fazerem segundo tudo quanto de nós está escrito” (2Reis 22:13). A partir daí o rei conclamou o povo a renovar a aliança com o Senhor, promovendo também a purificação do templo e do culto.
 
Judá nos tempos de Neemias. O livro de Neemias narra um período de grande avivamento no meio do povo de Deus. Logo no primeiro capítulo, a Bíblia nos conta o quebrantamento de coração daquele homem quando soube da terrível miséria porque passava Jerusalém. “Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. E disse: ah! Deus dos céus. Deus grande e terrível, que guardas a aliança e a misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos! (...) faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel os quais temos cometido contra ti; pois eu e a casa de meu pai temos pecado”. Depois disso, Neemias foi enviado a Judá, onde se deu a restauração dos muros de Jerusalém e um maravilhoso despertamento espiritual.
 
Atos dos Apóstolos. O maior avivamento da história foi preparado pelo Senhor Jesus em pessoa, reunindo um grupo de discípulos fieis, os quais aprenderam a depender de Deus e buscar a Sua face através do exemplo do próprio Filho do Altíssimo, que lhes mostrou, na cruz, o horrível preço do nosso pecado. O Livro de Atos nos conta que, antes do derramamento do Espírito em Pentecostes, Jesus determinou aos seus escolhidos que não se ausentassem de Jerusalém, mas esperassem ali o cumprimento da promessa. Os discípulos perseveraram unânimes em oração, diariamente, até a vinda do Espírito Santo. Certamente foram dias de notável quebrantamento, arrependimento de pecados e intensas súplicas.
 
Todos nós que amamos ao Senhor anelamos por um genuíno avivamento na igreja. Mas, infelizmente, há muito pecado não confessado em nosso meio. Há vaidade, inveja, lascívia, mentira, fofoca, ganância, futilidade, contentas, fornicação, insubmissão, mágoas e muitos outros males enraizados no coração do povo que confessa o Nome de Cristo. Os de fora, incrédulos, vivem dessa maneira sem se importarem com isso; porém entre nós não pode ser assim. O Espírito de Deus é Santo e jamais dividirá espaço com tanta sujeira! Precisamos de arrependimento sincero, quebrantamento verdadeiro, até às lágrimas! Aprendamos isso de uma vez por todas, ou permaneceremos no triste estado de letargia espiritual em que nos encontramos.

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