sábado, 23 de janeiro de 2016

Indignação de um cristão protestante contra os atuais líderes evangélicos

Este Blog nasceu com um propósito, o de apoiar os irmãos que anelam por uma nova Reforma na Igreja. Homens e mulheres piedosos, genuinamente convertidos, os quais sentem tristeza e indignação ao contemplar a desoladora situação da igreja dita “evangélica”. Gente que tem erguido a voz e clamado nos púlpitos, seminários e onde mais é possível, denunciando heresias, desmandos, barganhas, falsas conversões, sincretismos, modismos fúteis e outras aberrações capazes de matar uma geração inteira.

O presente texto é mais um desabafo, feito na expectativa de que alguns leiam, se identifiquem e, quem sabe, tomem atitudes de crentes, tão raras hoje: dobrar os joelhos, clamar a Deus por misericórdia com lágrimas e gemidos, buscar a santificação pessoal, evangelizar os perdidos (muitos dos quais são membros batizados de denominações “evangélicas”). Além disso, estas palavras têm um outro endereço, o coração de pessoas iludidas, que vêm engolindo absurdos por falta de conhecimento doutrinário. Filhos a quem o Senhor amou e escolheu, nascidos de novo, que tiveram a infelicidade de se unirem a pessoas sem entendimento, pastoreadas por ministros igualmente sem entendimento, ou até por lobos devoradores.

Nas estatísticas somos dezenas de milhões, mas na realidade não passamos de uma pequena minoria. O que o povo brasileiro entende por “igreja evangélica” não é Igreja, tampouco Evangélica. São instituições tão idólatras e distantes do Evangelho quanto a Igreja Romana. Os chamados “pastores” não o são de fato. O que se intitula “louvor” não é verdadeiro louvor. Os supostos “avivamentos” não são obra do Espírito Santo. Nós, crentes brasileiros, somos poucos e quem deseja ouvir uma exposição saudável da Palavra de Deus deve procurá-la como um garimpeiro em busca de diamantes.

Edir Macedo, Valdemiro Santiago, R. R. Soares e Silas Malafaia não nos representam. Com promessas de prosperidade financeira, atraem multidões de não convertidos, interessados tão somente em benefícios temporais. A forma como constrangem pessoas a ofertarem mais e mais dinheiro é vergonhosa. São megalomaníacos, constroem impérios, movimentam fortunas, nunca se satisfazem. Não se parecem nem de longe com Jesus, os apóstolos e os primeiros cristãos, que eram completamente desapegados dos bens materiais e rejeitavam a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida.

A chamada “bancada evangélica” do Congresso Nacional não nos representa. Desde o escândalo do mensalão (esquema de compra e venda de apoio aos projetos de lei de interesse do governo), no qual praticamente metade dos parlamentares “evangélicos” estiveram sob suspeita, este grupo vem se mostrando tão corrupto quanto o restante do parlamento brasileiro. Ainda que alguns dos deputados e senadores autointitulados “crentes” não sejam culpados e tenham sofrido injusta acusação, fato é que há muita corrupção entre os supostos representantes do povo de Deus. E isso é simplesmente inaceitável para homens e mulheres que dizem carregar a bandeira do Evangelho.

Os cantores, cantoras e grupos musicais conhecidos como “movimento gospel” não nos representam. Muitos não passam de artistas em busca de fama e dinheiro, que amam o aplauso das multidões. O fato de estarem na mídia e serem admirados pelo grande público prova que esses músicos não propagam uma mensagem confrontadora, e o Evangelho de Jesus Cristo é necessariamente confrontador. As letras das canções “gospel”, com poucas exceções, são humanistas, feitas para agradar ouvintes não regenerados com discursos de autoajuda. Os shows “gospel” são puro oba-oba, parece até que a plateia inteira se converteu ao som daquelas músicas empolgantes, mas no dia seguinte todos voltam à prática reiterada dos mesmos pecados.

Cláudio Duarte e outros “pregadores” humoristas não nos representam. São talentosos palestrantes motivacionais, quem os ouve se diverte e dá boas gargalhadas, e isso até funciona bem em eventos seculares. Mas a mensagem deles não é o Evangelho. A verdadeira exposição da Palavra de Deus só pode produzir dois tipos de reação nos que não conhecem ao Senhor: arrependimento ou rejeição. Quem é tocado pelo Espírito Santo passa a enxergar os próprios pecados e, quebrantado, se converte, enquanto os demais se sentem ofendidos diante do chamado à conversão e endurecem ainda mais seus corações. Por isso, as supostas “pregações” engraçadas devem ser banidas de nossas igrejas imediatamente, já que não servem para nada.

O Congresso dos Gideões Missionários em Camboriú/SC não nos representa. Trata-se de um circo onde pessoas rodopiam e se contorcem imaginando terem sido tocadas pelo Espírito de Deus. Mas nos bastidores existe sujeira da pior espécie: “pastores” que sobem ao palco (isso mesmo, palco!) bêbados, cantoras que se prostituem com organizadores do evento, etc. É evidente que nem todos ali praticam essas obscenidades, talvez existam alguns ministros sérios entre os Gideões, mas a contaminação é grande demais, as heresias são muitas, e crentes autênticos deveriam passar longe de tudo aquilo.

Alguns, lendo este texto, podem achar que não sobrou nada de bom no meio evangélico e que todos nós deveríamos abandonar nossas igrejas, mas é um erro pensar assim. A graça de Deus se faz presente nas pregações de Hernandes Dias Lopes, Ciro Zibordi, Franklin Ferreira, Renato Vargens, Augustus Nicodemus. Nas canções dos Vencedores por Cristo, Eduardo Mano, Palavra Antiga, João Alexandre, Grupo Logos. Nos livros e palestras de Norma Braga, Adalto Lourenço. Nos encontros da Editora Fiel, Edições Vida Nova, VINACC – Visão Nacional para a Consciência Cristã. Mesmo em tempos tão conturbados, o Senhor tem um remanescente. Que nós, por graça, sejamos parte dele!

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