sábado, 26 de maio de 2012

Determinar ou clamar?

Em tempos como os nossos, nos quais a “teologia” da prosperidade tem imperado no meio evangélico, é comum ouvirmos que a oração do crente não deve ser uma súplica, um clamor dirigido ao Deus Onipotente; não! Segundo os adeptos dessa “corrente teológica”, nós, sendo filhos do Pai Celeste, temos o direito de exigir nossa bênção e determinar nossa vitória!

É certo que, hoje em dia, filhos não têm mais o hábito de pedir coisas aos seus pais biológicos. Antes, exigem. Pensam ter o direito de reivindicar para si o mais novo videogame, o brinquedo mais caro, a roupa mais chique. E, tudo isso, imediatamente. Depois não serve, tem que ser agora! A “teologia” da prosperidade parece ser essa realidade transportada para o nosso relacionamento com Deus. A Bíblia diz que somos filhos, por adoção, mediante a fé em Cristo. Mas a Palavra do Senhor não nos autoriza a agirmos como filhos mimados, nem nos dá brecha para deixarmos a reverência e o santo temor diante do Deus Altíssimo!

No livro de Atos dos Apóstolos, lemos muitos exemplos do agir maravilhoso do Senhor na igreja primitiva, por meio dos apóstolos e outros cooperadores. Aqueles santos homens não determinavam coisa alguma, mas clamavam, com grande humildade e quebrantamento, e então Deus operava maravilhas. Uma das mais belas passagens se encontra em Atos 9:36-42. Ali, lemos que uma crente chamada Tabita havia morrido, e Pedro foi chamado pelos irmãos a ir até o local. Então, no versículo 40, a Bíblia nos conta: “Mas Pedro, fazendo sair a todos, pôs-se de joelhos e orou”. Em seguida, um grande milagre aconteceu, e Tabita voltou a viver!

Pedro e os demais discípulos clamavam. Punham-se de joelhos e oravam ao Deus vivo. Nada exigiam do Senhor, pois sabiam qual era sua condição; homens resgatados do abismo pela maravilhosa graça do Senhor. Filhos sim, mas também servos, submissos e completamente dependentes do Pai Celeste. Que nos espelhemos no exemplo dos apóstolos da igreja primitiva, e não de pregadores triunfalistas da atualidade. E jamais nos esqueçamos que Ele, o Onipotente Deus, é o único capaz de determinar e fazer acontecer!


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