quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Quando um crente cai em pecado

Uma das situações mais tristes para a igreja é presenciar um de seus membros caindo em pecado. É certo que todo homem peca, mas aqui falamos de práticas graves, escandalosas, que envergonham os irmãos. Lamentavelmente isso tem ocorrido com frequência, inclusive entre pastores e outros líderes de destaque. E, enquanto o corpo de Cristo se entristece, os adversários do Evangelho vibram de alegria. Todo pecador impenitente se sente feliz quando vê o pecado dos outros, especialmente dos que se dizem santos. Mas afinal, o que leva um crente a se desviar?
 
De início, cabe dizer que muitos desses desviados nunca foram salvos. Boa parte, inclusive, são os chamados “lobos”, que se infiltraram no povo de Deus com vis intenções, sem jamais terem vivido uma vida piedosa, e finalmente descobriu-se seu verdadeiro caráter. Outros vieram a ingressar na igreja imaginando terem experimentado a salvação vinda de Cristo, mas no fundo tudo não passava de empolgação da parte deles. Simpatizaram-se com a notícia de que Jesus veio salvar e libertar pecadores, mas nunca nasceram de novo pelo poder do Espírito Santo, logo não se adaptaram aos padrões de santidade bíblicos, nem poderia se adaptar. Alguns, no entanto, são crentes que um dia experimentaram o poder regenerador da graça de Deus, mas cederam às tentações do mundo e caíram. Ovelhas desgarradas, que cedo ou tarde se arrependerão. Casos tristes para o Senhor tratar.
 
Há basicamente três situações possíveis nesses casos. Três erros graves de entendimento a respeito do que significa ser um crente em Jesus Cristo. O primeiro é negligenciar a mortificação da carne, um dever de todo cristão. O segundo, confiar nos próprios esforços para manter uma vida de santidade. E o terceiro, deixar de buscar na graça de Deus as forças necessárias para afastar-se da prática do pecado. Vamos tratar brevemente de cada um deles.
 
Hoje em dia é muitíssimo comum na igreja o desprezo pelo dever de mortificar a carne (muitos cristãos professos nem sequer sabem o que é isso). Há pouca noção quanto à depravação radical da natureza humana, imagina-se que enquanto alguém não está na prática do pecado, tudo vai bem. Membros assíduos nos cultos e atividades da igreja não se empenham em lutar contra os maus desejos de seus corações na raiz, ou seja, enquanto não passam de pensamentos. Às vezes chegam a alimentar suas próprias concupiscências, como, por exemplo, o rapaz que possui tendências agressivas, e mesmo assim assiste campeonatos de “UFC” pela televisão. Ou a mulher que, tendo uma dificuldade natural em controlar a própria língua, lê revistas de fofocas. Um dia, tais pessoas se veem diante de uma forte tentação, não resistem e pecam. Mas aquele pecado, antes de consumado, já havia tomado seu interior!
 
A confiança na própria força é um erro também comum, inclusive entre cristãos de comportamento irrepreensível. São irmãos conscientes de sua responsabilidade em viver uma vida santa, que evitam situações capazes de induzi-los ao pecado. No entanto, sua luta por santidade é travada exclusivamente mediante esforços pessoais. Supervalorizam sua capacidade volitiva, seu poder em tomar decisões e mantê-las. Assim como o grupo anterior (dos que negligenciam a mortificação da carne), também estes não compreendem a total depravação humana. Pensam que é possível ser santo exclusivamente pela força de vontade. Em muitas situações, resistem bravamente. Até que um dia a tentação vem forte demais, e caem. Por que Deus permite isso? Possivelmente para lhes quebrantar o orgulho.
 
Deixar de buscar forças na graça de Deus é o erro comum nos dois tipos de crentes citados anteriormente. Quem negligencia a mortificação da carne deixa de recorrer à graça para vencer o pecado, e quem confia em suas próprias forças também comete o mesmo erro. Tanto um quanto o outro sabe que precisa de Deus em muitas situações, mas não nesta específica, de evitar o pecado. O primeiro tipo acha que o pecado está vencido e pronto, não há mais perigo algum. O segundo entende que corre risco de pecar, mas imagina que, sendo forte e diligente, conseguirá derrotar esse mal. Ambos se esquecem de que somente pela graça, sustentados pelo Espírito Santo, não cairemos. Não se prostram humilhados perante Deus, reconhecendo sua miserável natureza corrupta, a fim de clamarem ao Altíssimo que os livre do pecado. Não usufruem do socorro que está à sua disposição.
 
Meu irmão, minha irmã, escute: eu e você não alcançaremos a santidade perfeita nesse mundo; só iremos atingi-la no céu! Enquanto estivermos aqui, viveremos sob o perigo de cairmos em pecado, e precisamos lutar contra a nossa natureza pecaminosa. Porém, essa luta só pode ser travada na graça de Deus, suplicando pelo Seu favor e pelo Seu Santo Espírito. Com nossas forças só podemos fracassar! Mas, sustentados pelo Senhor, só podemos vencer! Tenhamos isso no coração, vivamos isso a cada dia! Que Deus nos ajude!

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