quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O dia do Senhor

Nesta postagem teceremos algumas considerações sobre a adoção do domingo como dia consagrado ao culto, o novo Sabbath da igreja. Não há unanimidade entre os crentes, os cristãos evangélicos bíblicos, sobre o assunto. Nosso propósito é incentivar os irmãos a refletirem seriamente no tema “o dia do Senhor”, a fim de fazerem o melhor para que suas vidas glorifiquem ao Deus vivo.
 
Há irmãos contrários à escolha de um dia especial para o culto ao Senhor. Alegam que o Quarto Mandamento dado a Moisés não é para nós hoje, e que todos os dias devem ser consagrados ao culto. Entendemos que o aspecto cerimonial do sábado judaico foi, sim, cumprido em Cristo, e não pode ser repetido; porém, o caráter moral do Quarto Mandamento (dedicar o dia de descanso ao Senhor) permanece como ordem de Deus, e esta nós devemos cumprir. Reconhecemos também que todos os dias pertencem ao Senhor, mas o ritmo dos nossos afazeres seculares (trabalho, estudos, etc) nos toma quase todo o tempo entre a segunda-feira e a sexta ou sábado, daí a necessidade de separarmos um dia da semana para cuidarmos das questões espirituais.
 
Entendemos que, no domingo, deveríamos descansar do trabalho e estudos o quanto possível. E também evitar o erro de desperdiçarmos o dia de descanso em atividades inúteis, como assistir a futilidades na TV ou perder horas no Facebook, What’sApp e outras redes sociais. O uso proveitoso do domingo seria então empregar nosso tempo em leitura bíblica, meditação, leitura de bons livros de conteúdo cristão, oração, visitas evangelísticas e especialmente o culto coletivo nos templos de nossas igrejas.
 
A comunhão com os irmãos também seria muitíssimo bem-vinda nos domingos. Poderíamos visitar uns aos outros, com o intuito de conversarmos alegremente sobre as coisas relativas ao Reino de Deus, orarmos uns pelos outros, servirmos uns aos outros, compartilharmos nossas alegrias e necessidades, entoarmos juntos canções de louvor, ou mesmo realizarmos outras atividades, como por exemplo assistirmos a um bom filme cristão.
 
Sendo o domingo um dia de descanso, e também dia de Escola Bíblica Dominical e do principal culto da semana, deveríamos ter o cuidado de separarmos um tempo antes das reuniões da igreja para orarmos em favor desses cultos, inclusive com a realização de um autoexame e confissão de pecados. Da mesma forma como cuidamos do nosso corpo, tomando um banho e vestindo a melhor roupa antes de irmos para o templo, é necessário também cuidarmos da nossa alma e espírito, limpando-nos de toda sujeira pelo sangue de Cristo que nos purifica. E quanto à intercessão para que Deus abençoe o culto, tal atitude agradaria ao Senhor. Quem duvida que o poder do Alto seria manifestado muito mais intensamente em nossas reuniões, se a igreja orasse nesse sentido?
 
Sabemos que alguns irmãos não poderão fazer todas essas coisas. São aqueles que trabalham nos domingos. Certamente, Deus não deseja que todos os crentes nessa situação (médicos plantonistas, vendedores em lojas que abrem todos os dias, motoristas de ônibus, taxistas, pilotos de avião, comissários de bordo, etc) abandonem seus empregos, de maneira nenhuma. Sendo assim, os que têm a folga do trabalho em alguma outra data deveriam buscar mais intensamente ao Senhor em seus próprios dias de descanso. Por exemplo, a enfermeira que trabalhou durante todo o domingo e folgou na segunda-feira aproveitaria o seu dia de descanso para orar, ler a Bíblia, meditar, evangelizar e, caso haja um culto em sua denominação naquele dia, não deixaria de participar. Desta forma, mesmo não tendo o domingo livre, o dia de descanso teria sido consagrado ao Senhor por tal pessoa.
 
Nossa opinião é, portanto, favorável à consagração de um dia da semana para o culto ao Senhor. Entendemos que essa é uma ordem de Deus anterior à lei mosaica, um mandamento o qual remete à criação descrita em Gênesis 1 e 2, e não simplesmente uma lei cerimonial para Israel. A ocasião ideal seria o domingo, dia em que o Senhor Jesus ressuscitou, o primeiro dia, as primícias da semana. Naturalmente, não guardaríamos o domingo como os judeus guardavam o sábado, ou como os adventistas do sétimo dia o guardam ainda hoje, sem discernir o propósito do dia de descanso, fazendo uma espécie de idolatria do Sabbath. A ideia à qual aderimos é a de resgatar o domingo como dia do Senhor, como a igreja de outros tempos o fazia, respeitando os casos especiais descritos acima, de irmãos que folgam em outro dia da semana. Que o Senhor nos dirija, a fim de O adorarmos e O servirmos com convém, dando a Ele nosso melhor, inclusive a principal porção do nosso tempo.

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