sábado, 17 de janeiro de 2015

Descontrole financeiro (o mau exemplo dos líderes neopentecostais)

Um dos piores defeitos da maioria do povo brasileiro é o descontrole financeiro. Muitos de nós temos o péssimo hábito de comprar a prazo ou assumir um financiamento sem termos condições de honrar aquele compromisso por muito tempo. Pagamos a primeira parcela ou damos um valor de entrada, adquirimos determinado bem, mas algum tempo depois começa a inadimplência, nos afundamos em dívidas, ficamos sem saída. A Bíblia nos adverte desse perigo e nos dá a receita para nunca cairmos nessa cilada. Por exemplo, em Lucas 14:28-30, o Senhor Jesus, falando às multidões sobre o custo do discipulado, compara-o à tolice que é alguém iniciar uma obra e deixá-la inacabada por falta de recursos. “Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?”. 

Infelizmente, os principais líderes das denominações neopentecostais não levam a sério os ensinamentos bíblicos. Ao invés disso, com seu péssimo exemplo, incentivam seus milhões de liderados a serem descontrolados também. Como isso acontece? Primeiro os “bispos”, “apóstolos”, “pastores” e “missionários” da teologia da prosperidade dizem ter recebido uma direção “de Deus” para a construção de um suntuoso templo, ou para o lançamento de um novo programa de televisão, etc. Em seguida, vão e negociam o terreno, ou o horário de TV, ou outro bem caríssimo, e fecham o negócio sem terem recursos para honrar o compromisso assumido. Depois, comunicam aos membros (e visitantes) de suas denominações o ocorrido, convocando-os a ofertarem generosamente para que o plano prossiga. Mais adiante, quando as despesas começam a se multiplicar, esses líderes neopentecostais passam a sufocar seus liderados com apelos imorais, como por exemplo, pedir-lhes um “dízimo” de 30% da renda, ao invés dos normais 10%. Tanto insistem que seus projetos seguem adiante, não para a glória de Deus, mas para a deles próprios. 

Vendo isso, boa parte dos “evangélicos da prosperidade” sentem-se impulsionados a agir da mesma forma em seus negócios pessoais. Imaginam terem tido uma “visão” direcionando-os a adquirirem um novo carro, abrirem uma empresa, reformarem a casa, trocarem os móveis ou algo semelhante (ou simplesmente acham que, sendo filhos do Rei, merecem ter “o melhor dessa terra”). “Pela fé”, fecham o negócio, certos de que Deus irá honrá-los. Porém, logo falta dinheiro, porque não calcularam as despesas e assumiram encargos excessivamente onerosos. Vem a inadimplência, a situação foge de controle. A diferença é que esses anônimos, ao contrário dos caciques neopentecostais, não têm como forçar o aumento de seus recursos ou empurrar suas obrigações para outros pagarem. Com a corda no pescoço, oram, jejuam, fazem votos, mas Deus permite que passem momentos de dificuldades, para mostrar-lhes que não houve a direção do Senhor em momento algum. Tudo foi feito na força do braço e no desejo da carne. Por vaidade. Com insensatez. Alguns aprendem a lição, humilham-se sob a potente mão do Altíssimo e são restaurados. Outros continuam fazendo loucuras, dando calotes na praça e trazendo má fama para o Evangelho perante os incrédulos. Outros ainda perdem a fé (que, aliás, nunca tiveram de fato) e desistem das coisas de Deus. 

O triste quadro descrito acima é motivo de tristeza e vergonha para todos os verdadeiros crentes, que temem a Deus e desejam servi-Lo. Se esse mundo é consumista e cobiça grandes coisas materiais, a noiva do Cordeiro não é assim. Somos falhos, imperfeitos, mas queremos dar bom testemunho perante os incrédulos. Desejamos exalar o bom perfume de Cristo, nosso Senhor, que mesmo sendo Deus despiu-Se de Sua glória para vir ao mundo em humildade, nascido numa manjedoura, trabalhando como carpinteiro, não tendo onde recostar a cabeça. Que o Senhor nos conceda a graça da prudência, do planejamento sábio, da moderação. Que Ele também nos livre da torpe ganância, da ostentação, do consumismo desenfreado. E nos dê líderes piedosos, santos, modestos, cujo agir público irrepreensível cale a boca dos inimigos de Cristo. Aos irmãos que nos leem, exortamos, em Nome de Jesus, a não serem como tantos por aí. Fujam do descontrole financeiro, amados! Glorifiquem a Deus no modo como vocês gastam seu dinheiro! Façam isso, e estarão agradando ao nosso Pai Celeste, o qual diariamente nos concede tudo que necessitamos.

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