terça-feira, 24 de abril de 2012

O Evangelho de Jesus Cristo e o “evangelho” da prosperidade

A “teologia da prosperidade” é a mensagem predominante na Igreja Evangélica brasileira da atualidade. Presente em todas as denominações neopentecostais (se alguém conhece alguma exceção, por favor, nos apresente!), essa “doutrina” vem conquistando espaço também entre as denominações pentecostais tradicionais e protestantes históricas, o que seria inimaginável até alguns anos atrás. O entendimento que o cidadão brasileiro comum, seja crente ou não, possui a respeito da fé evangélica é limitado aos conceitos da “teologia da prosperidade”. Somente uma minoria reduzida sabe que essa “nova teologia” é apenas uma corrente, ainda que dominante, dentro da Igreja Evangélica.

Os pressupostos do “evangelho da prosperidade” podem ser perfeitamente resumidos em três pontos, a saber: 1) o crente tem direito à saúde e prosperidade em todas as áreas de sua vida; 2) o crente tem o poder de determinar que as coisas aconteçam; 3) quanto mais dinheiro o crente ofertar à obra de Deus, mais rico se tornará. Esses três itens são o conteúdo completo da “teologia da prosperidade”.

Com tantas facilidades e benefícios, não é de se estranhar que os templos de denominações neopentecostais vivam lotados! Porém, na mesma velocidade em que as multidões vêm, logo vão embora. Muitos partem de uma denominação evangélica para outra, na esperança de que lá suas expectativas finalmente se cumprirão. Outros, decepcionados, simplesmente desistem de Deus e do Evangelho. Há ainda os que recebem aquilo que desejavam (uma cura, um novo emprego, etc), e não sentem mais a necessidade de permanecer numa igreja.

A “teologia da prosperidade” é uma fé de resultados. Busca-se uma resposta imediata para os problemas temporais, e a solução é apresentada. Simples assim. Não há ensino bíblico, conversão genuína, discipulado, mudança de caráter, frutos para o Reino de Deus, nada disso! “Venha receber o seu milagre”, é a mensagem propagada em outdoors e carros de som. E, de fato, milagres acontecem, por um único motivo: o Nome de Jesus é mencionado, e Deus, o Pai, zela tremendamente por esse Nome! Mas, e depois? Será que o Evangelho consiste em transformar um pecador impenitente, fisicamente doente, em um pecador impenitente com boa saúde? Ou fazer do incrédulo pobre um incrédulo rico? Cristo, o Filho de Deus, morreu numa cruz apenas para nos garantir fartura de bens materiais durante os poucos anos que passamos aqui na terra? Ora, é claro que não!

Poderíamos discorrer sobre a mediocridade da chamada “teologia da prosperidade”, expondo o vazio de seu discurso triunfalista. Ou denunciar as terríveis consequências dessa pseudo-teologia para a Igreja, através de exemplos práticos. Mas não há melhor maneira de lançar por terra o “evangelho da prosperidade” do que atentarmos para o Evangelho de Jesus Cristo, conforme as palavras deixadas por nosso Mestre. Eis o que Ele nos ensina:

“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5:3);

“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt 5:8);

“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5:10);

“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corroi, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6:19-21);

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6:24);

“Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e, apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt 7:13-14);

“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim” (Mt 10:37-38);

“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11:29);

“O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo” (Mt 13:44);

“Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24);

“Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança, de maneira nenhuma entrará nele” (Mc 10:15);

“Filhos, quão difícil é, para os que confiam nas riquezas, entrar no reino de Deus!” (Mc 10:24);

“Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros” (Jo 15:19-20a);

“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16:33).

Agora, comparemos o ensino do nosso bendito Senhor e Salvador Jesus Cristo com o “evangelho da prosperidade”. Com a palavra, alguns dos representantes dessa nova “corrente teológica” em nosso país:



Deus, tem misericórdia da Tua Igreja!

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