quinta-feira, 19 de abril de 2012

O que aconteceu com o louvor cristão?

“Vinde, cantemos ao Senhor, com júbilo, celebremos o Rochedo da nossa salvação”. (Salmos 95:1).

A Igreja de Cristo vem experimentando profundas transformações nas últimas décadas. Uma das evidências mais claras dessas mudanças é o louvor cristão contemporâneo. O louvor feito através da música.

Os hinos e cânticos são parte importante no culto cristão. O momento principal é a pregação, sem dúvida, mas a importância do louvor cantado é inquestionável. O Senhor Jesus deu-nos o exemplo, conforme lemos em Mateus 26:30: “E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras”. Paulo também o recomendou, em Efésios 5:19b: “entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais”.

O louvor precisa estar centrado em Deus, e deve necessariamente promover a piedade. O grande mal do louvor atual é que nele não se verifica nem uma coisa nem outra. As letras deixaram de apontar para o Senhor, e se voltaram para o homem. Se antes, palavras como “cruz”, “sangue”, “Salvador”, “perdão”, “céu”, eram comuns nas letras dos hinos da Igreja, nas canções da atualidade as palavras predominantes são “sonhos”, “vitória”, “conquistar”, “prosperar”, e outras semelhantes. No passado, o Nome que predominava era “Jesus”, ou “Cristo”; hoje aparecem mais os pronomes “eu” e “você”. Outrora, falava-se a respeito da vida eterna com frequência. Nas canções mais recentes, esse tema foi quase totalmente abolido.

A parte musical também passou por notável transformação. Antes, buscava-se exaltar, através de melodias, a beleza do nosso Deus, demonstrando assim nossa gratidão e dependência em relação a Ele. Notas musicais, harmonia, ritmo; tudo visava celebrar a Sua glória. Por isso, a música no culto fortalecia a piedade da congregação. Hoje, os objetivos das canções, chamadas “música gospel”, são, basicamente, dois. As de ritmo contagiante (rock, funk, forró, axé music) visam o entretenimento, e as de ritmo mais suave tentam emocionar as pessoas. Aqui é bom destacarmos que entretenimento não é sinônimo de alegria em Cristo, e emoção não é sinônimo de quebrantamento espiritual!

É claro que ainda se faz louvores de qualidade. Mas são exceções a uma regra. As composições musicais da atualidade que podem ser chamadas cânticos de louvor, por terem letras e melodias que exaltam ao Senhor, são minoria. Às vezes, em um determinado CD, encontramos uma ou duas canções de conotação mais espiritual, e nove ou dez puramente humanistas. Para quem gosta, não há mal nenhum em ouvir músicas que reforcem a autoestima. Mas isso não é louvor, portanto jamais deveria ter espaço no culto cristão.

A isso, some-se outro problema, que é a falta de conhecimento bíblico dos chamados artistas gospel. A ignorância em relação à Palavra de Deus os leva a propagar erros e até desvios doutrinários em suas canções. Desta forma, prestam um desserviço à Igreja, divulgando informações equivocadas e heresias para os seus milhões de ouvintes. E, o que é pior, músicas com letras repletas de equívocos são cantadas nos cultos, com a anuência de pastores distraídos ou mal preparados.

O louvor cristão precisa mudar, e o controle de qualidade deve ser exercido primeiramente pelos que estão à frente de suas denominações (bispos, pastores-presidentes, pastores seniores, obreiros responsáveis por congregações, etc). Canções antropocêntricas, ou contendo erros ou heresias devem ser barradas, independente de quem as compôs ou gravou. E sejam esclarecidos os ministrantes de louvor e instrumentistas, pois estes normalmente se espelham nos artistas gospel, buscando imitá-los. Essas atitudes, se tomadas com zelo, na direção de Deus, trarão grandes benefícios à Igreja.

Nos vídeos a seguir, temos dois exemplos de autênticos louvores cristãos: “Autor da minha fé”, do Grupo Logos, e “Pai, eu te adoro”, da banda Vencedores por Cristo. Duas belíssimas melodias, com mensagens bíblicas, totalmente centradas no Deus Triúno. Modelos para todas as igrejas que desejam, de fato, prestar um culto agradável ao Senhor.



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